
As novas normas do Banco Central para Banking as a Service (BaaS) foram bem recebidas por representantes do setor. A Let’s Money ouviu Doug Storf, CEO da Swap e diretor-presidente da ABBAAS (Associação Brasileira de Banking as a Service), e Fernando Tassin, CEO da BTTech, sobre os impactos e exigências do novo marco.
“Este é um passo fundamental que consolida entendimentos construídos ao longo do diálogo contínuo com o setor. Traz maior segurança jurídica, padronização e premia o investimento em governança dos players mais estruturados”, afirmou Storf, em nome da ABBAAS.
As novas exigências incluem a proibição da subcontratação de serviços-chave e o reforço da clareza entre os papéis de prestadoras e tomadoras. Para a ABBAAS, as mudanças exigirão adaptação, mas são bem-vindas.
“Ainda que exijam investimentos e adaptações operacionais, os ajustes elevam o padrão de qualidade e protegem todo o sistema”, completou Storf.

A associação planeja liderar a implementação junto ao mercado. De acordo com o executivo, a ABBAAS promoverá análises técnicas e atuará como ponte entre as associadas e o regulador. Pela ótica da Swap, a resolução apenas formaliza práticas já adotadas internamente.
“Para empresas como a Swap, que já nasceram com um DNA de infraestrutura regulada, a norma não é um fardo, mas a consolidação de um padrão de excelência”, afirmou Storf. “Ela separa quem investe em segurança, risco e conformidade daqueles que buscavam atalhos.”
Outro ponto-chave é a exclusividade por tipo de conta, medida que pode transformar a relação entre fintechs e seus parceiros de infraestrutura. “Ela fortalece parcerias estratégicas. A fintech pode ter múltiplos modelos de conta, mas um único parceiro para cada tipo”, explicou. “Isso eleva a responsabilidade e simplifica a supervisão do ecossistema.”
Para Fernando Tassin, CEO da BTTech, as três resoluções publicadas pelo Banco Central, sobre BaaS, Open Finance e nomenclatura, representam um avanço técnico que terá efeito direto no cotidiano de usuários e instituições.
“Embora sejam temas técnicos, eles afetam o dia a dia de milhões de pessoas e mudam como empresas poderão oferecer serviços financeiros”, destacou.

Sobre a portabilidade de crédito no Open Finance, Tassin vê uma mudança com potencial de impacto imediato na vida do consumidor. “A expectativa é tornar a portabilidade mais simples e competitiva, com solicitação via app e prazo máximo de 3 dias úteis.”
No que diz respeito à nomenclatura das instituições, o CEO da BTTech apoia a restrição do uso de termos como “banco” por empresas não autorizadas. “É uma forma de proteger o consumidor e fortalecer a transparência”, concluiu.