
O tempo de experimentação parece ter ficado para trás. Segundo levantamento do escritório Silva Lopes Advogados, o Banco Central publicou 2.103 normas e comunicados entre novembro de 2024 e novembro de 2025, um crescimento de 16% em relação ao ciclo anterior, puxado por Pix e Instituições de Pagamento (IPs).
É o maior volume desde 2020. E a mensagem do regulador é clara: o Brasil entrou no ciclo da solidez regulatória, com foco em segurança, capital mínimo e supervisão contínua, especialmente para fintechs e sistemas de pagamento em tempo real.
Pix, IPs e o custo da popularidade
O Pix concentrou quase metade das normas mais relevantes do período. O aumento de 80% nas regras específicas revela um esforço direto do BC para conter fraudes, blindar novos modelos e sustentar o crescimento do sistema que já movimentou R$ 85 trilhões desde 2020.
As Instituições de Pagamento também seguem sob forte vigilância, com 754 normas publicadas no ciclo, incluindo a exigência de autorização para IPs até 2026, regras de capital mínimo e novas obrigações para operações BaaS. A combinação entre inovação veloz e riscos emergentes acelerou a resposta regulatória.
Regulação como camada de confiança
Para especialistas, o crescimento de golpes digitais e a sofisticação de criminosos forçaram o BC a subir a barra e rápido. Mas há também um movimento de maturidade: com o Pix, Open Finance e Drex na praça, o Brasil consolidou uma infraestrutura digital avançada. O desafio agora é trazer segurança sem frear o ritmo de inovação.
O segundo semestre de 2025 foi particularmente intenso, com seis meses seguidos acima de 180 publicações. Se o ritmo se mantiver, o ano pode bater o recorde de normas e consolidar um novo padrão de atuação do regulador financeiro mais influente do país.
Com informações do “Finsiders“.