
O BC (Banco Central) negou o pedido de licença da fintech Voluti, fundada em 2019, no Paraná. A decisão, publicada nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial da União, impede que a empresa atue em serviços financeiros que dependem de autorização regulatória, segundo informações do “Valor Econômico”.
A medida ocorre meses após a fintech ter sido suspensa, de forma cautelar, do sistema Pix. À época, a Voluti foi uma das instituições que receberam recursos desviados no maior ataque hacker já registrado no sistema financeiro nacional, um golpe que, segundo estimativas, movimentou mais de R$ 1 bilhão e teve como vetor a invasão da plataforma C&M Software, responsável por conexões bancárias.
Licença do BC negada após histórico de alerta
Segundo o BC, com base no artigo 17 da Resolução BCB nº 81, a Voluti fica impedida de operar quaisquer serviços que dependam de sua autorização. A decisão marca um desfecho relevante após meses de monitoramento desde o episódio envolvendo o Pix.
Na ocasião, a empresa afirmou ter identificado movimentações suspeitas e acionado seu sistema antifraudes, bloqueando os valores e comunicando às autoridades. Negou ter sido invadida e reforçou que não houve vazamento de dados de clientes.
Sinal de alerta para o setor de pagamentos
A negativa de licença escancara a postura mais rigorosa do Banco Central após o episódio que abalou a confiança no sistema de pagamentos. Apesar de não ter sido apontada como cúmplice no golpe, a Voluti acabou associada ao caso por ter sido rota de passagem dos valores desviados.
O recado é claro: mesmo atuação indireta em contextos de risco pode comprometer o futuro regulatório de uma instituição. Para o ecossistema de fintechs, o episódio acende o alerta sobre a importância da blindagem de processos e da resposta rápida em situações críticas.