Foto: Reprodução
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A Coinbase deu mais um passo para se consolidar como uma das principais pontes entre o sistema financeiro tradicional e o universo cripto. A empresa anunciou que solicitou ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC) dos Estados Unidos autorização para operar como uma National Trust Company — estrutura que amplia seu escopo de atuação fiduciária sem transformá-la em um banco.

Em publicação no blog oficial, a companhia destacou que a medida visa reforçar a supervisão e a segurança de seus serviços de custódia, além de abrir caminho para novas soluções, como pagamentos e produtos institucionais. “A Coinbase não tem intenção de se tornar um banco”, afirmou a empresa. “Mas acreditamos que regras claras e a confiança dos reguladores permitem inovar com segurança e responsabilidade”, segundo o “PYMNTS”.

Coinbase quer clareza regulatória para crescer

A decisão ocorre em um momento em que o mercado de criptomoedas busca estruturas regulatórias mais uniformes nos EUA. A Coinbase, que hoje opera sob autorização do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS), quer usar o novo estatuto para simplificar a supervisão de produtos e acelerar a integração entre ativos digitais e finanças tradicionais.

“Não somos a primeira empresa de cripto a buscar uma autorização federal e não seremos a última”, disse a companhia. “Esse marco nos posiciona para o futuro das finanças.”

A iniciativa também busca responder a uma lacuna histórica: a ausência de uma custódia cripto totalmente regulamentada no âmbito bancário, algo que tem limitado o avanço institucional do setor.

A disputa pela custódia institucional

Segundo dados da PYMNTS Intelligence, a Coinbase domina mais de 80% do mercado de custódia de ETFs de criptomoedas, um nível de concentração que já acendeu alertas entre gestores e reguladores. O movimento de buscar uma licença federal pode dar à empresa credibilidade adicional junto a bancos, fundos e companhias listadas em bolsa.

A crescente institucionalização do mercado cripto, impulsionada por produtos como os ETFs de bitcoin à vista, tem ampliado a demanda por serviços de custódia seguros e auditáveis. Desde que a SEC autorizou os primeiros fundos desse tipo em 2024, o iShares Bitcoin Trust, da BlackRock, já alcançou cerca de US$ 90 bilhões em capitalização de mercado.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.