Foto: Divulgação
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A Coinbase anunciou o lançamento completo de um cartão de crédito que remunera usuários em bitcoin, disponibilizado para centenas de milhares de americanos que estavam em lista de espera. O produto, exclusivo para assinantes do Coinbase One nos EUA, foi emitido em parceria com a fintech Cardless, pelo First Electronic Bank e funciona na rede American Express.

Usuários começam com 2% de volta em bitcoin nas compras e podem atingir até 4% conforme o volume de ativos mantidos na plataforma. Estatísticas iniciais mostram que os primeiros usuários gastaram mais de US$ 100 milhões com o cartão, com média mensal por usuário em torno de US$ 3.000. A Coinbase afirma que os usuários desse cartão também depositaram mais de US$ 200 milhões adicionais em criptoativos após a adesão.

Coinbase aposta no cartão como porta de entrada para cripto

A estratégia da empresa é posicionar o cartão como um meio de converter o uso cotidiano em investimento em bitcoin, reforçando o engajamento dentro da plataforma. Ao oferecer recompensas em BTC, e simultaneamente benefícios típicos de cartão de crédito, via rede AmEx, a Coinbase busca alavancar seu ecossistema de usuários ativos e retentivos.

Esse movimento também permite à empresa se posicionar como ponte entre os pagamentos de consumo e o universo cripto, oferecendo um produto híbrido que une funcionalidade financeira tradicional e ativos digitais. O lançamento reflete a crescente competição entre fintechs para tornar o consumo em cripto mais tangível e escalável, segundo o “Finextra”.

Pressões, riscos e diferenciais

Embora a proposta seja inovadora, ela também carrega desafios. A remuneração em bitcoin implica exposição à volatilidade do ativo. Além disso, o acesso ao cartão está condicionado à assinatura do Coinbase One, o que restringe a base inicial de usuários. A questão regulatória e de compliance em um ambiente cada vez mais atento a criptoativos também permanece como fator relevante para o sucesso da iniciativa.

Em resumo, o cartão da Coinbase representa uma evolução no uso de cripto na vida cotidiana: não apenas como investimento, mas como ferramenta de consumo. Resta ver se essa versão será gamificada e de massa ou restrita a nichos sofisticados.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.