Foto: Reprodução / Figma
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O setor de criptoativos no Brasil opera sob uma nova arquitetura regulatória a partir de 2 de fevereiro de 2026. O BC (Banco Central do Brasil) publicou três resoluções que estabelecem regras para a autorização, estrutura e funcionamento de prestadoras de serviços de ativos virtuais (PSAVs), como corretoras, custodiantes e plataformas de tokenização.

Sob as resoluções nº 519, nº 520 e nº 521, as novas normas definem requisitos mínimos como capital social de R$ 10 milhões (contra menos de R$ 1 milhão antes), governança corporativa, controles internos de risco, compliance em prevenção à lavagem de dinheiro, e a classificação das entidades em três categorias: intermediária, custodiante e corretora.

Além disso, as PSAVs passam a ser tratadas em muitos casos como operações de câmbio ou capitais internacionais. A fiscalização inclui a exigência de envio de informações ao Banco Central a partir de 4 de maio de 2026.

Para a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), as medidas representam “um marco histórico” para o setor, levando segurança jurídica, transparência e integração com o sistema financeiro nacional, segundo o “Startups“.

Impactos para empresas e usuários

Com as novas regras, plataformas que operavam com pouca exigência de capital ou governança precisarão se adequar ou sair do mercado. Segundo fabricantes de fintechs do setor, muitas empresas serão “filtradas” por não cumprirem os novos requisitos mínimos.

Do lado dos usuários, espera‑se maior proteção, controle de risco e clareza nos serviços prestados. A institucionalização pode atrair mais investidores e fomentar inovação com menor risco regulatório.

Riscos e próximos passos

Embora a regulamentação aumente a segurança para usuários e reguladores, ainda há pontos em aberto, por exemplo, a tributação em operações internacionais de criptoativos, que pode sofrer mudanças paralelas à norma.

Também resta saber como se dará a integração entre sistemas de cripto, câmbio, bancos e plataformas tradicionais. O sucesso da regulamentação depende de sua implementação eficiente e da adaptação dos agentes envolvidos.

Em resumo, o Brasil avança na formalização do mercado de ativos virtuais, passo importante para dar escala e legitimidade ao setor, agora resta acompanhar a execução.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.