O OCC (Gabinete do Controlador da Moeda dos EUA) concedeu aprovação condicional para o Erebor Bank, um novo banco nacional focado em criptoativos e clientes de altíssimo patrimônio. A decisão representa mais que um aval regulatório: é um gesto político. Segundo o controlador Jonathan V. Gould, o sinal dado é de que “não há barreiras generalizadas” a bancos que atuem com ativos digitais, desde que façam isso com segurança e solidez.
A carta de aprovação classifica o Erebor como um banco nacional de serviço completo, com planos de atender empresas de tecnologia e indivíduos com patrimônio ultra-alto (UHNWIs) que utilizam moedas virtuais.
Erebor nasce para ocupar o vácuo do Silicon Valley Bank
O Erebor Bank surge como tentativa de preencher o espaço deixado pelo colapso do SVB em 2023, que atendia startups e cripto players. Entre os apoiadores estão nomes de peso do Vale do Silício: Palmer Luckey (Anduril), Joe Lonsdale (8VC, Palantir) e o Founders Fund, de Peter Thiel.
A proposta é unir estrutura bancária tradicional com flexibilidade para operar com moedas digitais não lastreadas, inclusive mantê-las no balanço para pagar taxas de transação (“gas fees”).
O movimento reforça a tendência de bancos nichados, com foco em perfis sofisticados e uso ativo de ativos digitais como componente de negócios e portfólio.
Sinal regulatório: portas abertas, com cautela
Ao aprovar o Erebor, o OCC deixa claro que a atividade com cripto não está fora do sistema financeiro, mas exige disciplina. A autorização final depende do cumprimento de exigências específicas de pré-abertura, e a supervisão será rigorosa.
A iniciativa se alinha à visão de que ativos digitais podem coexistir com a estrutura bancária, desde que sujeitos às mesmas regras de solidez financeira. Para o mercado, a mensagem é relevante: a inovação não está interditada, só precisa ser regulada com responsabilidade.