ETH

Ether cai em meio à queda de US$ 140 bi no mercado de cripto

Fluxos institucionais arrefecem, ETFs de ETH têm saídas e mercado observa US$ 3.800 como nível crítico

Foto: ConsenSys/Blog
Foto: ConsenSys/Blog

O Ether (ETH) voltou a perder tração e rompeu os US$ 4 mil, no patamar mais baixo em quase sete semanas, em meio a uma correção ampla que apagou cerca de US$ 140 bilhões do valor de mercado de criptoativos desde o início da semana. Na quinta-feira (25), o ETH chegou a cair 4,7%, para US$ 3.969, enquanto o bitcoin recuou 1,7%, sinalizando pressão vendedora difusa e menor apetite institucional no curto prazo, segundo o “PYMNTS”.

O movimento vem acompanhado de saídas de cerca de US$ 300 milhões dos ETFs de ether listados nos EUA desde segunda-feira, após a liquidação de US$ 1,7 bilhão em posições compradas no início da semana. Analistas apontam que a perda dos US$ 3.800 poderia acelerar ordens automáticas de venda e novas chamadas de margem. Em mercados com alavancagem elevada, esses gatilhos tendem a amplificar oscilações e impor um “efeito dominó” entre derivativos e à vista.

No campo institucional, a tese pró-ETH segue dividida. De um lado, veículos como a Ether Machine reforçam alocação com compras diretas (cerca de US$ 100 milhões recentemente) e defendem que o ethereum permite estratégias de tesouraria mais “ativas” do que o bitcoin — inclusive com geração de rendimento em ETH — em estruturas listadas publicamente. Do outro, cresce a crítica à “rigidez” dos ETFs para o ativo, por limites regulatórios de concentração e gerenciamento de riscos que poderiam forçar reduções de posição em cenários de estresse.

O que observar adiante no Ether

Para o ether, três vetores seguem no radar:

  1. Técnico — a defesa ou perda de US$ 3.800 como divisor de água para liquidações adicionais.
  2. Fluxos — a velocidade dos resgates (ou reversões) nos ETFs e nos mercados perpétuos.
  3. Macro e risco — qualquer aperto financeiro global tende a enxugar a liquidez em cripto primeiro, elevando a sensibilidade a choques.

Com volatilidade de volta ao centro da mesa, o curto prazo pede disciplina de risco: redução de alavancagem, stops realistas e atenção a gaps de liquidez em janelas de menor profundidade. No médio prazo, a disputa entre “tesouraria ativa” e “ETF passivo” seguirá moldando o tipo de capital que ancora o ecossistema de ETH e o quão estável ele será nos próximos ciclos.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.