Foto: Reprodução / X
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A Ripple anunciou uma colaboração com a Mastercard, o WebBank e a Gemini para testar o uso da stablecoin RLUSD na blockchain XRP Ledger (XRPL) como mecanismo de liquidação para transações de cartão fiduciário.

Segundo a iniciativa, a RLUSD, uma stablecoin regulada, lastreada em dólar, emitida sob licença do Estado de Nova York, poderá ser utilizada em liquidações entre o emissor de cartão e a rede de pagamentos tradicional, abrindo caminho para que bancos e plataformas de pagamento incorporem liquidação em blockchain.

Revolução na liquidação de pagamentos

Se implementada, essa colaboração será um dos primeiros casos em que um banco regulado dos Estados Unidos liquida transações de cartão com uma stablecoin em uma blockchain pública.

Sherri Haymond, diretora global de comercialização digital da Mastercard, afirmou que esta ação faz parte do compromisso da empresa com “pagamentos com stablecoins reguladas e de circuito aberto”.

Do lado do WebBank, Jason Lloyd ressaltou que bancos estão em posição única para conectar tecnologia blockchain à estabilidade do sistema financeiro tradicional.

Potencial e desafios da inovação

A Ripple salienta que a RLUSD já ultrapassou US$ 1 bilhão em circulação e que a adoção institucional cresce. De acordo com especialistas ouvidos pela “PYMNTS“, a adoção de stablecoins para pagamentos empresariais pode reduzir o tempo típico de liquidação transfronteiriça de dias para horas.

Por outro lado, essa jornada não está isenta de desafios: aprovação regulatória, interoperabilidade entre sistemas antigos e novos, além de governança e compliance, são barreiras a serem superadas.

Por que isso importa para o Brasil e para o mundo

Para o setor de pagamentos no Brasil e globalmente, a união entre blockchain, stablecoins e liquidação de cartão representa um avanço estrutural. Significa que infraestruturas de pagamentos podem deixar de depender exclusivamente de redes tradicionais e adotar modelos mais rápidos, eficientes e transparentes.

Para fintechs e bancos brasileiros que observam essas mudanças, a mensagem é clara: o futuro dos pagamentos escala na direção da tokenização, da liquidação quase instantânea e da convergência entre membros do sistema financeiro tradicional e infraestrutura digital emergente.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.