
A fintech SmartBrain, que atua há mais de duas décadas consolidando carteiras de investimento, anunciou que mira dobrar ou até triplicar de tamanho em 2026. Para chegar lá, não depende apenas de evolução orgânica, mas de um plano apertado de aquisições.
No passado recente, a SmartBrain era sinônimo de crescimento moderado (10% a 15% ao ano) puxado por carteira própria e expansão de clientes. Agora, com a recompra da participação majoritária do fundo Inovabra I e o reposicionamento societário, a fintech assume controle mais forte para acelerar o volume e a escala, segundo informações do “Startups“.
Estratégia estruturada da fintech
Atualmente, a SmartBrain atende aproximadamente 450 clientes, entre grandes instituições com o produto “Enterprise” e assessorias e agentes independentes com o “Pro”. A despeito desse portfólio, o salto esperado depende de três pilares: aquisições complementares, parcerias estratégicas e tecnologia própria.
A fintech lançou recentemente o módulo “SmartConnect”, integração direta com custodiantes para consolidar dados automaticamente, e o “AI Data Reader”, ferramenta que usa IA para leitura de extratos em PDF, uma solução que reduz risco operacional e acelera conciliações.
Com esses avanços, o modelo passa do foco em funcionalidade para plataforma de dados e serviço integrado. A aquisição de participação em parceiros e empresas menores aparece como passo natural para ampliar o portfólio e converter escala em lucro.
Impacto no mercado de wealth e finanças
Esse movimento da SmartBrain também reflete uma tendência maior no mercado de wealthtechs: o caminho para a rentabilidade passa por diversificação e plataforma, não apenas por taxas sobre ativos. Ao estruturar uma oferta que combina dados, automação e consolidação, a fintech se posiciona para atender bancos, gestoras e family offices que buscam reduzir custo, aumentar controle e escalar atendimento.
Se o plano der certo, a SmartBrain deixará de ser “apenas” uma ferramenta de painéis de investimentos para virar um hub completo de gestão de patrimônio digital, com distribuição, dados e tecnologia de front e back office. Esse reposicionamento mostra como fintechs maduras viram plataformas ao invés de focarem apenas em nichos.