Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Uma fintech quer transformar a vida financeira das empresas médias e acaba de levantar US$ 60 milhões para isso. A Flex, focada em soluções para negócios com receita entre US$ 3 milhões e US$ 100 milhões, captou o valor em uma rodada Série B e lançou um cartão premium só para convidados: o Flex Elite.

Com o novo recurso, a empresa planeja expandir sua atuação num segmento historicamente negligenciado: empresários de médio porte, com alta geração de receita, mas pouca oferta de serviços financeiros personalizados.

O cartão que não é da Amex

O cartão Flex Elite chega com posicionamento claro: ser um concorrente direto do Amex Centurion, oferecendo não só crédito, mas um ecossistema completo que mistura conta, gestão de fluxo de caixa, automação de recebíveis e benefícios exclusivos.

A ideia é atender o empresário que tem complexidade patrimonial, é digitalmente exigente e não encontra nos bancos tradicionais uma estrutura adequada. Em paralelo, a fintech já havia levantado outros US$ 225 milhões em capital e dívida no início do ano para acelerar soluções como faturamento, cobrança e conciliação automatizada.

Segundo a empresa, o volume anualizado de pagamentos cresceu de US$ 1 bilhão para US$ 3 bilhões em 2025, uma pista de que o “middle market” pode ser a próxima fronteira da fintechização.

A aposta da fintech no meio do caminho

Fintechs costumam mirar os extremos: autônomos de um lado, grandes corporações de outro. A Flex aposta no que ficou entre eles, empresas médias, financeiramente sofisticadas, que empregam quase metade da força de trabalho dos EUA.

Mas há desafios. Em cenários de incerteza, essas empresas ainda preferem a previsibilidade dos empréstimos bancários tradicionais. Só 7% das que enfrentam instabilidade optam por crédito via fintech.

Mesmo assim, a Flex acredita que, ao oferecer uma experiência completa e integrada, pode virar o “private bank” dessa camada do mercado. E talvez esteja certa: exclusividade continua sendo um bom argumento para conquistar confiança.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.