Foto: Reprodução / LinkedIn
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Enviar ou receber dinheiro do exterior continua sendo caro, lento e desalinhado com a velocidade do comércio digital. Para empresas brasileiras, taxas elevadas, intermediários em excesso e sistemas que não conversam entre si ainda travam processos que deveriam ser simples. É exatamente nesse ponto de fricção que a fintech brasileira UnblockPay se posiciona.

A fintech brasileira desenvolveu uma infraestrutura capaz de conectar rails tradicionais, como Pix, SEPA e Wire, a stablecoins amplamente utilizadas, como USDC e USDT. A proposta é clara: permitir que instituições financeiras, processadoras, corretoras e empresas operem pagamentos internacionais com a mesma fluidez de uma transferência doméstica.

“Quando uma transação trivial leva dias para liquidar, fica claro que o sistema não está funcionando no ritmo que deveria”, afirma o CEO, Lucca Freire, segundo o “Revista PEGN“.

Fintech quer reproduzir sucesso do Pix no exterior

A UnblockPay quer reproduzir no mercado internacional o impacto que o Pix teve no ambiente doméstico. Pela plataforma da empresa, via API ou dashboard, é possível converter moedas tradicionais para stablecoins e fazer o caminho inverso em segundos. Isso reduz custos, acelera liquidação e elimina grande parte da complexidade técnica que historicamente afastou empresas do universo blockchain.

A aposta já vem se refletindo em integrações reais. A fintech fornece tecnologia para o Mercado Bitcoin no abastecimento de seu produto de remessas entre euros e reais, um movimento que reforça a busca global por alternativas ao SWIFT, sistema criado na década de 1970 e ainda dominante apesar da lentidão e dos custos elevados.

Barreiras técnicas que a fintech quer derrubar

Mesmo com maturidade crescente das blockchains, a integração ao sistema financeiro tradicional continua exigindo equipes especializadas, atenção constante a compliance e domínio de protocolos distintos. A UnblockPay atua como camada de simplificação: concentra as etapas críticas da operação, lida com requisitos regulatórios e reduz a necessidade de múltiplas integrações bancárias. Assim, empresas conseguem lançar produtos internacionais sem montar internamente toda a infraestrutura.

A consolidação de regras específicas para ativos digitais em jurisdições como Estados Unidos, Singapura e União Europeia criou condições mais previsíveis para instituições de grande porte explorarem soluções com stablecoins. O Brasil segue na mesma direção. O Banco Central publicou resoluções que estruturam a atuação das prestadoras de serviços de ativos virtuais, e a UnblockPay está entre as empresas que devem solicitar licença para operar como PSAV. Para Lucca, esse movimento regula o jogo e estabelece padrões mais elevados de segurança, acelerando a entrada de novos participantes.

O futuro: liquidação instantânea como padrão global

A combinação entre estabilidade regulatória, eficiência tecnológica e demanda por operações mais ágeis indica uma migração gradual para modelos de liquidação mais rápidos e baratos. A visão da UnblockPay é que as stablecoins ocuparão no mercado internacional um papel similar ao que o Pix assumiu na rotina de pagamentos domésticos: velocidade, simplicidade e custo reduzido.

Com expansão para múltiplas moedas e reforço em áreas como compliance e controladoria, a fintech quer consolidar sua infraestrutura como referência para fintechs, bancos, corretoras e fundos que buscam operar pagamentos internacionais em toda a América Latina.

A expectativa é que, à medida que a adoção aumenta, transações cross-border deixem de ser sinônimo de burocracia para se tornarem tão naturais quanto um envio instantâneo, exatamente o futuro que a UnblockPay aposta em construir.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.