Fintech global que atua no Brasil mira expansão após aporte

A fintech australiana Airwallex, que possui autorização do Banco Central para operar no Brasil, anunciou a captação de US$ 330 milhões em uma rodada Série G de investimentos que elevou sua avaliação global para US$ 8 bilhões. A operação marca um momento de nova fase de crescimento, com foco em expansão internacional e desenvolvimento tecnológico.

A rodada foi liderada pelo fundo Addition e contou com a participação de investidores como T. Rowe Price, Activant, Lingotto, Robinhood Ventures e TIAA Ventures, nomes de peso no mercado global, segundo o “Valor Econômico”.

Fintech aposta em expansão nos EUA e tecnologia

Mais de US$ 1 bilhão deste novo capital está comprometido entre 2026 e 2029 e será dedicado à expansão nos Estados Unidos, onde a empresa estabeleceu San Francisco como sua segunda sede global. O objetivo é escalar operações, fortalecer a presença física e reforçar a marca em um dos maiores mercados financeiros do mundo.

Além disso, a Airwallex afirmou que vai acelerar o desenvolvimento de recursos baseados em inteligência artificial, incluindo agentes de IA capazes de automatizar operações financeiras complexas, um movimento alinhado à tendência de tecnologia avançada no setor.

Jack Zhang, cofundador e CEO da Airwallex, resumiu a visão da companhia ao afirmar que “o futuro da bancarização global será sem fronteiras, em tempo real e inteligente”.

O significado para o Brasil e para o mercado

A captação bilionária da Airwallex demonstra como empresas com atuação brasileira podem atrair investimentos globais relevantes, mesmo em um cenário competitivo e em transformação:

• Confiança de investidores em modelos financeiros globais: a presença de grandes fundos na rodada indica que players internacionais seguem apostando em infraestrutura financeira moderna, especialmente aquelas que oferecem soluções de pagamentos e serviços cross‑border eficientes;
• Competição por talento e escala: estabelecer uma base nos EUA mostra que a fintech não só quer crescer em mercados desenvolvidos, mas também competir por equipes especializadas em tecnologia e serviços financeiros de ponta;
• Tecnologia e IA como diferenciais: o reforço na agenda de IA indica que essa tecnologia deixou de ser um diferencial opcional para se tornar um pilar de eficiência e automação da operação.

Para o Brasil, a evolução da Airwallex sinaliza que fintechs com autorização local podem se posicionar de forma competitiva no cenário global, trazendo inovação para pagamentos, liquidações internacionais e soluções financeiras integradas.