
Um grupo de 20 fundos de pensão e gestores de ativos do Reino Unido está pronto para turbinar o ecossistema local de fintechs. O consórcio, batizado de Sterling 20, foi anunciado oficialmente durante o Regional Investment Summit, em Birmingham, e deve direcionar bilhões de libras para setores estratégicos da economia britânica, incluindo habitação, infraestrutura e serviços financeiros.
Entre os participantes estão nomes como Aon, Aviva, L&G, Mercer, M&G e Pension Protection Fund. A movimentação reforça uma tendência global: grandes fundos de pensão buscando diversificação e retornos mais robustos ao alocar capital em ativos privados, como startups e infraestrutura tecnológica.
Fintech no radar institucional
O movimento vem na esteira do Acordo da Mansion House, assinado em maio, que prevê a destinação de £ 50 bilhões dos fundos coletivos britânicos para empresas e infraestrutura doméstica. Agora, a Sterling 20 dá forma concreta a essa ambição, com as fintechs como uma das prioridades claras.
A ideia é que os recursos não apenas elevem o nível de inovação, mas também contribuam para a economia real. Para entidades como a Nest Corporation, o foco continua sendo o retorno de longo prazo para os membros, mas sem abrir mão de impacto positivo. “Ativos privados podem gerar retornos sólidos e consistentes”, afirmou o CEO da Nest, Ian Cornelius, segundo o “Finextra”.
Respostas à pressão do ecossistema
A decisão também surge após apelos públicos de lideranças do setor de fintechs. Janine Hart, da Innovate Finance, reforçou que o setor é vital para o crescimento econômico britânico, mas ainda carece de maior apoio institucional. Com a entrada dos fundos de pensão, o mercado espera não só capital, mas também validação e tração.
No pano de fundo, está a pressão por resultados em um ambiente de juros altos e incerteza macroeconômica. Apostar em fintechs pode ser uma forma de os fundos combinarem inovação, retorno e estratégia de longo prazo, tudo isso ancorado em ativos privados com potencial de valorização.