Mercado Livre

Mercado Pago acelera ambição de banco digital

Com Anitta e Marcos Mion, fintech busca visibilidade para encurtar a distância do Nubank e ampliar base de clientes

Anitta e Marcos Mion durante o Mercado Livre Experience 2025 | Foto: Reprodução / Startups
Anitta e Marcos Mion durante o Mercado Livre Experience 2025 | Foto: Reprodução / Startups

O Mercado Pago ligou o modo expansão. A fintech do Mercado Livre, que já soma 68 milhões de clientes na América Latina, quer encurtar a distância para o Nubank, hoje com mais de 120 milhões. A estratégia combina visibilidade de massa, agora com Anitta e Marcos Mion, e reforço de produto, como a ampliação dos cofrinhos remunerados para contas de empresas.

Pelas contas de mercado, mantendo o ritmo atual (crescimento anual de 30% no Mercado Pago e 20% no Nubank), um empate poderia vir em quatro a cinco anos. O recado da liderança é direto: a ambição é factível e o negócio já é rentável, segundo o “Startups”.

Mercado Pago como banco digital

A aposta vai além do “meio de pagamento do marketplace”. O portfólio inclui investimentos, empréstimos, cartões de débito e crédito, seguros e soluções de pagamento para pessoas e negócios. No evento Mercado Livre Experience, que reuniu 18 mil pessoas em São Paulo, a empresa anunciou cofrinhos remunerados também para contas PJ: até R$ 10 mil rendem 115% do CDI, e até R$ 100 mil, 100% do CDI. A meta é simples: aumentar a permanência do cliente no ecossistema, elevar funding e destravar cross-sell.

Depois de trazer Anitta em abril, a marca adicionou Marcos Mion ao front de comunicação. O apresentador pretende usar o alcance de seu programa na TV aberta, incluindo um quadro em formato de game para explicar produtos do Mercado Pago. A leitura interna é que notoriedade e frequência geram download, ativação e saldo nos cofrinhos, com inadimplência ainda em níveis baixos, um ponto sensível em ciclos de crédito.

O jogo dos próximos trimestres

Para encurtar a distância do líder, o Mercado Pago precisa converter awareness em uso recorrente fora do marketplace. O pacote está em curso: mais produtos de investimento (com a aquisição da Nikos), crédito calibrado por dados do ecossistema e experiência integrada entre varejo e banco digital. O desafio é execução: manter o crescimento de base com qualidade de risco, elevar a rentabilidade por cliente e sustentar a narrativa de banco completo, não só de carteira do e-commerce.

Se a combinação de distribuição, marca e produto continuar tracionando, o Mercado Pago muda de patamar competitivo e o consumidor ganha um segundo polo de referência em banco digital na região.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.