Foto: Divulgação
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O Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, está em negociação para adquirir o controle do Will Bank, fintech brasileira voltada para a população de baixa renda. O movimento surge em meio à crise atravessada pelo Banco Master, atual controlador da fintech, que foi colocado em regime de liquidação pelo Banco Central.

As tratativas envolvem ainda a Mastercard, que atua como parceira da fintech na emissão de cartões, e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que avalia conceder um empréstimo com possibilidade de conversão em participação societária. A Mastercard também estuda renegociar prazos de pagamento pelos serviços prestados, a fim de aliviar a pressão sobre a operadora.

Fintech escapou de liquidação do BC

O Will Bank foi adquirido pelo Banco Master em 2024 e escapou da liquidação da instituição. Ainda assim, está sob regime especial de administração temporária, conduzido pelo Banco Central. A medida visa garantir a continuidade das operações e permitir uma possível venda controlada, com o objetivo de minimizar perdas para credores e para o sistema financeiro.

Com cerca de R$ 7,5 bilhões em depósitos e R$ 7,1 bilhões em recebíveis de cartões, uma eventual descontinuidade das atividades do Will Bank poderia gerar impactos relevantes para clientes e parceiros. O prejuízo acumulado da startup no primeiro semestre de 2025 foi de R$ 244,7 milhões, conforme dados do Banco Central.

A operação está sendo assessorada pela Laplace Finanças, que busca uma solução de mercado para o futuro da fintech. A entrada do Mubadala, que já demonstrou interesse em ativos financeiros brasileiros, seria uma alternativa para manter a continuidade da operação sem acionar garantias do FGC, segundo informações do “O Globo”.

O desfecho das negociações pode se tornar um marco relevante para o setor, evidenciando a importância da estabilidade de plataformas digitais com grande base de clientes e o crescente interesse de fundos globais em oportunidades de resgate no ecossistema fintech.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.