Fintech britânica

Revolut busca licença bancária na Turquia e acelera expansão

Fintech avalia adquirir banco local e nomeia liderança no país para avançar rumo a 100 milhões de clientes até 2026

Foto: Divulgação
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A Revolut colocou a Turquia no mapa das suas prioridades globais. A fintech britânica, avaliada em US$ 75 bilhões após venda secundária de ações de funcionários, contratou executivos para liderar a operação local e estuda obter uma licença bancária no país, seja por requerimento direto, seja por meio da aquisição de um banco turco. O movimento se encaixa no plano de alcançar 100 milhões de usuários até o fim de 2026 e ampliar presença fora do seu berço europeu, segundo o “Sifted”.

No front de pessoas, a empresa trouxe um country director com histórico em varejo digital turco e um head de estratégia e operações vindo do mercado de investimentos local. A leitura é clara: antes de abrir a carteira, a Revolut abre a praça, cria relacionamento regulatório e prepara a infraestrutura comercial. Em paralelo, a companhia mantém o radar ligado para oportunidades inorgânicas que encurtem o caminho regulatório.

Revolut avança na licença bancária para destravar oferta completa

A estratégia na Turquia conversa com a ambição mais ampla da Revolut. Desde 2015, a companhia evoluiu de app de viagem para um ecossistema de serviços financeiros: contas, remessas, investimentos, seguros e recursos de gestão diária. Hoje opera em mais de 40 mercados e já superou a marca de 60 milhões de clientes, com concentração na Europa e no Reino Unido.

Para acelerar fora do continente, a fintech combina pedidos de licença com potenciais aquisições, abordagem que também está no radar em outros países, a exemplo de planos reportados nos Emirados Árabes Unidos e nos Estados Unidos.

A Turquia, por sua vez, vive um ciclo aquecido em fintechs, com aumento de capital e novos produtos nascendo para um mercado digitalizado e com apetite por meios de pagamento e investimentos. O ambiente competitivo atrai players estrangeiros, mas exige execução cirúrgica: navegar a regulação local, integrar-se à infraestrutura de pagamentos e construir marca em um consumidor exigente e sensível a preço.

Se a licença bancária sair, a Revolut poderá oferecer um pacote mais completo e rentável, apoiado em depósitos, crédito e cross-sell local, além de reforçar sua tese de presença global com efeito de rede. O risco, como sempre, está na costura: autorização regulatória, integração de equipes, compliance e adaptação de produto. Para uma companhia que mira escala mundial, a Turquia é mais que um novo ponto no mapa; é um teste de velocidade para transformar ambição em distribuição real.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.