Foto: Divulgação
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A Revolut quer mudar o jogo no mercado financeiro indiano e está começando pela dor mais cara do sistema: as taxas de câmbio. Segundo a fintech britânica, os indianos gastam cerca de US$ 30 bilhões por ano no exterior e perdem US$ 600 milhões em tarifas bancárias que a CEO da Revolut Índia, Paroma Chatterjee, classificou como “criminosas”.

Com licenças de operação concedidas pelo Banco da Reserva da Índia, a Revolut estreia no país oferecendo carteiras digitais integradas à UPI, cartões Visa nacionais e multimoeda, além de serviços de remessa internacional no mesmo dia. O objetivo: derrubar as barreiras dos bancos tradicionais e conquistar o público “nativo digital”, cerca de 150 milhões de indianos entre 25 e 45 anos.

Investimento da Revolut

O lançamento é resultado de uma preparação que começou em 2021, quando a Revolut adquiriu a Arvog Forex para obter licença de câmbio e consolidar sua base regulatória. Desde então, a fintech vem investindo pesado para adaptar sua tecnologia às exigências locais de soberania de dados.

“Com a licença PPI, podemos oferecer a experiência que queremos, rápida, transparente e segura”, afirmou Chatterjee ao TechCrunch. A empresa já conta com 3.500 funcionários no país, o que faz da Índia seu maior centro operacional global.

Para garantir segurança e conformidade, todos os usuários da Revolut Índia passarão por verificação KYC completa, incluindo checagens contra listas globais de sanções. “Queremos atrair clientes com real intenção de uso, não downloads curiosos”, disse a executiva

Câmbio global com mentalidade local

A Revolut aposta em transparência de tarifas e experiência personalizada para competir com bancos e fintechs locais como Niyo, Scapia e Fi. A plataforma oferecerá contas familiares, planos por assinatura e ferramentas de orçamento com IA, reforçando sua ambição de se tornar o superapp financeiro da nova classe média indiana.

“Em um país em que até os bancos tratam o câmbio como privilégio, nosso papel é devolver controle ao usuário”, afirmou Chatterjee.

Com uma fila de espera de 350 mil pessoas e planos de atingir 20 milhões de clientes até 2030, a Revolut se posiciona como um novo símbolo de globalização financeira sem fronteiras, agora, com sotaque indiano.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.