
A Revolut, fintech mais valiosa da Europa, teve mais um atraso na liberação de sua licença bancária completa no Reino Unido. Segundo fontes ouvidas por Financial Times e Reuters, o Banco da Inglaterra quer garantias mais robustas sobre os controles de risco da empresa, especialmente diante do seu avanço global acelerado.
A fintech opera atualmente com uma licença parcial, concedida em 2024, que a impede de oferecer certos produtos bancários. O objetivo é concluir a chamada “fase de mobilização” e obter a licença definitiva, essencial para administrar depósitos de clientes britânicos e escalar sua oferta de crédito.
Revolut sob pressão dos reguladores
No centro da questão está a capacidade da Revolut de manter sua estrutura de compliance alinhada à velocidade de expansão. Com 65 milhões de clientes em 40 países, a empresa investiu mais de R$ 21 bilhões no Reino Unido e planeja crescer ainda mais: quer chegar a 100 milhões de usuários até 2027 e atuar em 30 novos mercados até 2030.
Apesar do volume, os órgãos reguladores querem ver mais do que promessas. A Autoridade de Regulação Prudencial (PRA) exige reforço nas práticas de risco antes de conceder o sinal verde definitivo. Em julho, a própria fintech reconheceu que seu processo é o mais complexo já conduzido no país.
Internamente, a liderança da Revolut demonstrou frustração com os atrasos, mas mantém o discurso de confiança. O CEO Nik Storonsky segue otimista de que a aprovação final chegue até o fim de 2025.
Brasil e valuation bilionário
Enquanto a novela britânica se arrasta, a Revolut acelera em outras frentes. No Brasil, onde chegou em 2023 com uma SCD, a fintech já oferece Pix, boletos e pagamentos locais, e mira crédito, investimentos e serviços financeiros completos.
Na corrida global, a britânica já encostou no Nubank: em março, ambos valiam cerca de US$ 48 bilhões. Mas uma recente venda de ações levou a Revolut a um valuation de US$ 75 bilhões, consolidando sua posição como uma das gigantes globais do setor financeiro.