
A OpenAI apresentou nesta quinta-feira (11) o GPT-5.2, seu novo modelo de IA voltado para uso profissional e corporativo, em meio à crescente pressão competitiva do Google e à necessidade de recuperar terreno após quedas de tráfego no ChatGPT.
O lançamento ocorre semanas depois de Sam Altman emitir um memorando interno de “alerta máximo”, pedindo foco absoluto na qualidade do produto e adiando iniciativas paralelas, como publicidade no ChatGPT.
O GPT-5.2 chega em três versões: Instant, otimizado para velocidade em buscas, escrita e tradução; Thinking, projetado para tarefas de raciocínio longo como análise de documentos extensos, programação complexa e matemática avançada; e Pro, o modelo de maior precisão, voltado para ambientes de produção e problemas de alta criticidade.
Segundo Fidji Simo, diretora de produtos da OpenAI, a nova versão foi construída para “desbloquear mais valor econômico” ao lidar melhor com contextos longos, ferramentas externas e fluxos de trabalho multietapas. A empresa afirma que o modelo supera concorrentes em benchmarks de programação, matemática, ciências, visão computacional e raciocínio contextual, reforçando seu posicionamento para o mercado corporativo.
As evidências apresentadas incluem melhorias na geração e depuração de código, com destaque para SWE-Bench Pro, GPQA Diamond e testes de raciocínio abstrato. Pesquisadores apontam que o ganho em matemática não se resume à precisão numérica, mas à capacidade de seguir lógica complexa sem perder consistência, atributo essencial para modelagem financeira, previsão e análises de dados.
O lançamento também reflete uma mudança estratégica: embora o GPT-5.1 tenha focado em usabilidade e conversação, o GPT-5.2 consolida avanços nos modos Thinking e Deep Research, criando um modelo mais estável para operações intensivas e aplicações corporativas. Startups como Windsurf e CharlieCode já relatam ganhos mensuráveis com agentes de programação.
Investimento trilionário da OpenAI
A OpenAI pretende investir US$ 1,4 trilhão em infraestrutura de IA nos próximos anos, ao mesmo tempo em que seus custos de inferência aumentam e deixam de ser totalmente subsidiados por créditos de nuvem. O foco em modelos de raciocínio profundo, caros e intensivos em computação, pode criar um ciclo de custos crescentes, exigindo novas linhas de receita e maior penetração empresarial.
Apesar disso, a empresa afirma que a eficiência tem aumentado: “Você obtém muito mais inteligência com a mesma capacidade computacional que há um ano”, disse Simo. O lançamento, porém, não trouxe novidades em geração de imagens, um recado estratégico após o sucesso do Nano Banana Pro, do Google. Fontes sugerem que um novo modelo visual está previsto para janeiro.
Com o GPT-5.2, a OpenAI tenta recuperar o impulso perdido e reafirmar seu papel como infraestrutura-padrão para a próxima geração de apps baseados em agentes.