A OpenAI quer mais do que liderar o software de inteligência artificial. Ela quer construir a base inteira do jogo — e está disposta a gastar US$ 115 bilhões para isso. A nova estimativa, revelada por fontes do The Information, representa quase o triplo da previsão anterior e consolida a empresa como uma das operações mais intensivas em capital da história.
Nos bastidores, a justificativa é estratégica: ao desenvolver seus próprios chips e data centers, a OpenAI pretende reduzir sua dependência da infraestrutura alugada de gigantes como Microsoft, Amazon e Google — empresas que, ironicamente, também são investidoras e concorrentes.
OpenAI abandona o plano original
Até abril, a previsão de gastos da OpenAI para os próximos quatro anos era de US$ 46 bilhões. Agora, o número salta para US$ 115 bilhões — só em 2025, a empresa espera gastar mais de US$ 8 bilhões. Para 2026, o orçamento ultrapassa os US$ 17 bilhões, e, nos dois anos seguintes, o total previsto é de US$ 80 bilhões. Um movimento que exige mais do que capital: exige fôlego.
O CEO Sam Altman reconheceu internamente que a OpenAI pode se tornar “a startup mais intensiva em capital de todos os tempos”. E não é força de expressão. A empresa já é a que mais levanta recursos privados no mercado global.
Essa guinada tem implicações diretas no ecossistema de IA. Com infraestrutura própria, a OpenAI pode acelerar seus modelos, controlar mais etapas da cadeia e reduzir custos futuros — ao custo de uma queima de caixa sem precedentes.
O que o mercado pensa da OpenAI?
Enquanto isso, a confiança no setor não para de crescer. Segundo um novo relatório da PYMNTS Intelligence, 98% dos líderes de produto nos EUA acreditam que a IA generativa transformará operações nos próximos três anos.
A OpenAI lidera entre os CPOs do setor de tecnologia, com 50% de preferência. Já o Google tem vantagem entre empresas de bens de consumo, e a Microsoft domina o setor de serviços.
A disputa por protagonismo continua. Mas a OpenAI deixou claro que não quer apenas competir — quer definir as regras do jogo. Quando uma startup gasta como estatal, a pergunta muda: não é mais se vai dar certo, é o que acontece se não der.