Foto: Reprodução
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A empresa de inteligência artificial Perplexity anunciou que lançará, já na próxima semana nos EUA, um recurso de compras automatizadas por agente de IA para consumidores e, simultaneamente, firmou um contrato histórico com o governo norte‑americano, abrindo sua plataforma para uso em agências federais.

A nova funcionalidade permitirá que o usuário pesquise um produto na plataforma da Perplexity e compre diretamente, sem sair da resposta. Segundo o diretor comercial da empresa, trata‑se de “uma compra descomplicada logo após a resposta”. A cobertura inicial inclui cerca de 5.000 comerciantes americanos.

Ao mesmo tempo, a Perplexity assinou com a General Services Administration (GSA) o que é descrito como o primeiro contrato direto governo‑startup: agências federais norte‑americanas poderão acessar a versão enterprise da plataforma por um valor simbólico (US$ 0,25 por agência em 18 meses).

Movimento da Perplexity

O movimento revela três vetores estratégicos convergindo em um só: 1) A comercialização da “intenção” de compra como serviço de IA; 2) A migração da IA agente para operações governamentais triviais; 3) A redefinição da busca como motor de transação e não apenas de informação. Em outras palavras: a IA deixou de sugerir, passou a executar.

Para o varejo digital, isso representa mais um salto rumo ao chamado “agentic commerce”, termo que descreve sistemas em que agentes de IA fazem comparações, montam carrinhos e finalizam compras em nome do usuário. Já para as instituições públicas, a adesão da Perplexity representa a internalização de IA como infraestrutura de decisão, com compliance, controle e escala como pré‑requisitos.

A Perplexity, portanto, ultrapassa o estágio de startup promissora e entra no campo dos gatekeepers, não apenas para o consumidor final, mas para o Estado. A pergunta que agora se coloca é: quem controla a ponte entre busca, recomendação, checkout e política pública?

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.