Foto: Canva
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A xAI, startup de inteligência artificial de Elon Musk, está em conversas avançadas para levantar US$ 15 bilhões em capital, segundo o Wall Street Journal. O novo aporte pode levar a empresa a uma avaliação de US$ 230 bilhões, mais que o dobro do valor estimado após a aquisição da rede social X.

O detalhe: tudo isso sem produto de mercado consolidado, só uma promessa turbinada por capital, influência e discurso, segundo informou o “PYMNTS”.

A negociação teria sido apresentada a investidores pelo próprio gestor de Musk, Jared Birchall, segundo fontes do WSJ. A reação pública? Mais um episódio da retórica de confronto: ao ser procurada pela imprensa, a xAI respondeu com três palavras: “A mídia tradicional mente”.

A postura reflete a estratégia narrativa da empresa, que combina ambição tecnológica com uma dose pesada de desconfiança institucional e culto à personalidade. A Grokipedia, projeto anunciado recentemente por Musk como alternativa “livre de viés” à Wikipédia, é parte dessa lógica: IA, sim, mas com controle de narrativa.

Tesla, Nvidia e a engenharia do valuation

O novo valuation também parece ancorado em um círculo de influência corporativa. A SpaceX já injetou US$ 2 bilhões na rodada anterior. A Nvidia, segundo o próprio CEO Jensen Huang, quer investir mais: “Quase tudo em que Elon está envolvido, você também quer estar”.

Musk também teria sugerido que a Tesla investisse na xAI, mas o conselho demonstrou cautela. A presidente Robyn Denholm afirmou que o board não realizou due diligence suficiente. Parte dos investidores parece desconfortável com a sobreposição entre as múltiplas empresas de Musk.

Mais que um modelo de IA

No centro disso tudo está o Grok, o chatbot da xAI, e um projeto de data center chamado Colossus, em Memphis, que mistura financiamento cruzado, infraestrutura energética e promessas de autonomia computacional.

Se captar os US$ 15 bilhões, a xAI entra na disputa dos grandes LLMs com um cheque quase comparável ao da OpenAI, mas com um estilo próprio: menos engenharia de produto, mais engenharia de percepção.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.