Foto: Reprodução
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O BCE acelera o desenvolvimento do euro digital com reforço de equipe e avanço técnico. A instituição está recrutando dezenas de especialistas para dar forma ao sistema de pagamentos que poderá entrar em operação até 2029.

Com a conclusão da fase preparatória em outubro, o BCE iniciou uma nova etapa do projeto. A meta agora é garantir a prontidão técnica do sistema antes de lançar um piloto, previsto para meados de 2027, se a legislação for aprovada como esperado. A emissão completa dependeria do aval dos colegisladores europeus, previsto para 2026.

O banco está abrindo vagas para especialistas em infraestrutura de mercado, engenharia e comunicação. As funções vão desde definir o valor de mercado do euro digital para consumidores e comerciantes até liderar o desenvolvimento regulatório e apoiar o processo legislativo.

Além do reforço humano, o projeto implica investimentos pesados. O custo de desenvolvimento da infraestrutura está estimado em € 1,3 bilhão até a primeira emissão, com custos operacionais anuais de cerca de € 320 milhões. Já o setor bancário europeu deverá investir entre € 4 bilhões e € 5,8 bilhões para se adaptar.

Euro digital como alternativa

O euro digital não vem para substituir o dinheiro físico, mas para oferecer uma alternativa pública aos sistemas de pagamento privados, dominados hoje por emissores de cartão, fintechs e big techs.

A proposta é que a moeda funcione online e offline, com infraestrutura e segurança típicas de um banco central. Para o BCE, trata-se de preservar a soberania monetária na era digital, antes que a Europa fique dependente demais de soluções estrangeiras.

O projeto ainda divide opiniões, mas segue ganhando tração política e institucional. A disputa, neste caso, é por quem vai ditar as regras dos pagamentos nos próximos 20 anos.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.