Foto: Reprodução
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O Banco da Inglaterra (BoE) planeja conceder isenções aos limites de participação em stablecoins, numa sinalização de que o regulador britânico está disposto a ajustar o tom diante do avanço da economia digital.

A medida permitiria que corretoras de criptomoedas e empresas de tecnologia financeira mantivessem volumes maiores de tokens estáveis do que o previsto inicialmente. Segundo a Bloomberg, o plano deve ser formalizado até o final do ano.

A iniciativa também abre caminho para que as stablecoins sejam usadas como ativos de liquidação no Digital Securities Sandbox, programa do banco que testa a integração de tecnologias financeiras ao sistema regulado. O objetivo é observar o uso prático das stablecoins antes de definir regras definitivas.

Movimento ocorre após meses de pressão ao BoE

O movimento ocorre após meses de pressão do setor cripto, que argumenta que os limites planejados pelo BoE colocariam o Reino Unido em desvantagem competitiva frente a jurisdições como Estados Unidos e União Europeia.

As propostas originais previam limites individuais entre 10.000 e 20.000 libras (até US$ 27 mil) e restrição corporativa de 10 milhões de libras, números que empresas como a Coinbase consideraram excessivamente conservadores.

“Impor limites às stablecoins é ruim para os poupadores do Reino Unido, ruim para a cidade e ruim para a libra esterlina”, disse Tom Duff Gordon, VP de Política Internacional da exchange.

O dilema entre estabilidade e inovação

O BoE defende que o teto é necessário para conter riscos sistêmicos e evitar que as stablecoins se tornem instrumentos de poupança em massa. Ao mesmo tempo, reconhece que uma regulação excessiva pode frear a inovação em pagamentos digitais.

O governador Andrew Bailey sinalizou essa mudança de tom no início de outubro, afirmando que seria “errado ser contra stablecoins por princípio”, destacando seu potencial de impulsionar a modernização dos sistemas de pagamento dentro e fora do país.

Para Bailey, o desafio está em equilibrar o papel das stablecoins com o dos bancos tradicionais. “É possível, ao menos em parte, separar o dinheiro da provisão de crédito, com bancos e stablecoins coexistindo”, disse.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.