
A Global Payments acaba de receber aprovação da CMA, autoridade antitruste do Reino Unido, para concluir a compra da Worldpay por US$ 22,7 bilhões. A decisão marca um passo importante no redesenho do mercado global de pagamentos, ao unir duas das maiores plataformas do setor.
O acordo também envolve a venda da unidade de Issuer Solutions da própria Global Payments para a FIS, por US$ 13,5 bilhões. Com isso, a empresa se reposiciona como um player focado exclusivamente em soluções comerciais, o chamado modelo “merchant-first”.
Na nova configuração, a empresa combinada terá mais de seis milhões de clientes e será responsável por processar cerca de 94 bilhões de transações e US$ 3,7 trilhões em volume anual, com atuação em mais de 175 países, segundo o “Finextra”.
Aquisição da Worldpay vai além do ganho de escala
A compra redefine o escopo estratégico da Global Payments, que passa a operar com foco total em soluções para o varejo e canais comerciais, abrindo mão da divisão voltada a emissores.
O CEO Cameron Bready afirmou que a operação simplifica o modelo de negócios, amplia capacidades e reforça a presença global da companhia. A expectativa é de ganhos operacionais relevantes, tanto em sinergias de custo como em novas oportunidades de receita.
A aprovação da CMA, sem necessidade de uma investigação mais aprofundada, foi vista como um sinal de que a concentração de mercado resultante não compromete a concorrência no setor, pelo menos do ponto de vista regulatório.
O que muda no mercado com o novo gigante
Com a luz verde no Reino Unido, a Global Payments avança para a fase de integração com a Worldpay, prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2026. O desafio agora passa a ser operacional: unir estruturas, consolidar tecnologia, alinhar equipes e capturar as sinergias estimadas em centenas de milhões de dólares.
Para o mercado de pagamentos, a mensagem é clara: escala importa e muito. A consolidação entre grandes players pressiona fintechs menores, impõe nova dinâmica a parcerias e eleva o nível de investimento necessário para competir globalmente.