
A Geração Z está guardando uma fatia maior do salário e isso em meio a um custo de vida em alta. Segundo o levantamento, jovens de 18 a 28 anos nos Estados Unidos pouparam, de fevereiro a agosto, 29,8% de sua renda, superando faixas etárias mais velhas.
O valor absoluto ainda é menor que o de gerações anteriores, reflexo de início de carreira e, em muitos casos, moradia compartilhada para reduzir gastos. Mesmo assim, o hábito sinaliza que parte dos Gen Z pode chegar à vida adulta com base financeira mais sólida, segundo o “PYMNTS”.
Geração Z: poupança alta, bolso curto
A fotografia é ambivalente. De um lado, há progresso de riqueza relativo às gerações X e baby boomer na mesma idade e maior participação em planos 401(k), impulsionada por inscrição automática recente. Há também sinais positivos de comportamento de crédito: estudos mostram que padrões de uso de cartão mais prudentes no início dos 20 anos tendem a reduzir inadimplência e elevar score na casa dos 30.
De outro, o choque de R$ 2 mil (ou US$ 2 mil) ainda assusta: quase metade dos consumidores diz não ter folga para absorver uma despesa inesperada desse porte em 30 dias, e 40% temem o impacto mesmo com reservas.
A pressão do orçamento vem de itens que não cabem no corte do cafezinho: moradia, seguros, parcelas de carro e utilities. Esses reajustes pesam mais nas rendas de entrada, onde a Gen Z é maioria. Em média, o dinheiro imediatamente disponível entre os jovens é bem menor do que o observado entre millennials e Gen X e, geograficamente, o custo de vida amplifica essa diferença (um júnior em Nova York sente mais do que alguém em cidades de menor custo).
O pano de fundo, porém, sugere que o esforço pode compensar: educação mais difundida, ingresso acelerado no mercado de trabalho e mecanismos de poupança automática ajudam a criar disciplina financeira. Se o ritmo de poupança se mantiver e a renda subir com a progressão de carreira, o caminho natural é a migração do colchão de liquidez para investimentos de longo prazo — casa própria, aposentadoria e, no meio do caminho, metas de consumo maiores.
No curto prazo, o desafio é transformar a intenção em resiliência: manter despesas abaixo da renda, reduzir dívidas caras e construir reserva para choques. No longo, é capturar os ganhos de renda do ciclo de vida. O sonho americano não ficou mais barato, a Gen Z só está tentando pagar à vista uma parte dele.