Foto: Divulgação
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O JPMorgan Chase decidiu encerrar a operação de pagamentos móveis que adquiriu da Volkswagen em 2021, informou a Bloomberg ao site “Finextra“. A empresa em questão, sediada em Luxemburgo e conhecida como Mobility Payments Solutions, atuava em 32 países oferecendo soluções como compra e leasing de veículos, pagamentos a bordo, recarga de carros elétricos, assinaturas, seguros e entretenimento.

Fundada em 2017 pela Volkswagen, a unidade foi adquirida majoritariamente (75%) pelo JPMorgan com o objetivo de aproveitar o que se esperava ser um mercado em rápida expansão: o dos pagamentos veiculares e mobilidade integrada. Contudo, a conclusão foi de que a empresa “não consegue gerar lucro” e, portanto, será desativada, com 33 empregos em Luxemburgo sendo afetados.

A tentativa do JPMorgan

A mobilidade como serviço (MaaS) e o ecossistema de pagamentos embutidos em veículos automotivos eram vistos como uma tendência promissora. A aquisição da Mobility Payments Solutions simbolizava uma tentativa do banco de se posicionar nesse espaço emergente. A decisão de encerrar a operação sugere uma reavaliação estratégica: o investimento em nichos de mobilidade pode não ter entregado retorno esperado ou estar atrasado em relação aos desafios operacionais, regulatórios ou de adoção.

Para o setor financeiro e de pagamentos, o movimento reforça o seguinte: nem toda extensão de marca ou ambiente de pagamento inovador garante viabilidade imediata. Bancos investindo em fintechs ou serviços de mobilidade precisarão validar modelos de receita, escala e regulação antes de escalar.

Lições para o mercado de pagamentos e mobilidade

A movimentação do JPMorgan sinaliza que o foco volta para negócios com retorno claro e escala comprovada. Soluções que envolvem veículos conectados ou assinaturas de mobilidade implicam integração tecnológica, regulamentação cruzada e volume de transações, fatores que podem atrasar a rentabilidade.

Além disso, o encerramento pode desencadear uma onda de reavaliação por parte de outros participantes do mercado, sejam bancos, automotivas ou fintechs, quanto ao valor real do “pagamento integrado ao carro”.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.