O terceiro dia da Money20/20 em Las Vegas, nos EUA, elevou o conjunto de anúncios estratégicos e visões que indicam para onde o dinheiro e as finanças estão se movendo nos próximos anos. O destaque ficou por conta de emissões de stablecoin, expansão de carteiras digitais, além da expressão cada vez maior de IA e agentes inteligentes em processos financeiros.
A Western Union revelou que pretende lançar sua própria stablecoin, o USDPT, construída sobre a blockchain Solana e emitida pelo Anchorage Digital Bank. O novo token está previsto para o primeiro semestre de 2026 e deve permitir aos seus mais de 100 milhões de usuários internacionais mover dinheiro sem exposição à oscilação cambial.
A companhia também anunciou o desenvolvimento de uma rede de ativos digitais que conecta provedores de carteiras cripto às suas mais de 400 mil lojas físicas, ampliando o acesso de usuários fora da base tradicional, como destacou Devin McGranahan, presidente e CEO da Western Union: “A Digital Asset Network é a ponte entre a economia do dinheiro digital e a economia fiduciária.”
IA e fintechs se destacam na Money 20/20
Durante sessões de startups, empresas como Manifest, Casap, Virtue AI, Ideem e Eloquent AI compartilharam casos de uso concretos: da plataforma de economia criadora que une fluxo de receita e gestão (Manifest), à automação de disputas de pagamento por IA (Casap), passando pela segurança de IA para IA (Virtue AI) e autenticação de nova geração (Ideem), até a automação de processos regulados em bancos (Eloquent AI). Por exemplo, Shanthi Shanmugam, CEO da Casap, relatou que “nossos clientes viram redução de 51% nas perdas por fraude em seis meses de integração”.
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O evento também trouxe falas memoráveis, como a do Michael Saylor (Strategy): “O crédito lastreado em bitcoin vai competir com produtos de dívida do século passado”. Já Mike Krieger (Anthropic) ressaltou que “as capacidades de IA estão aumentando tão rápido que alguns desses produtos nem seriam reconhecíveis em relação a três ou seis meses atrás”.
Já Kash Razzaghi, da Circle, afirmou que “quando infraestrutura e regulação avançarem, e as pessoas entenderem os benefícios das stablecoins, poderemos ver empoderamento econômico real”.
O dia 3 mostrou três vetores que estão moldando o presente: ativos digitais globalizados, inteligência artificial que opera em escala e plataformas que traduzem inovação em resultados.
Editor-chefe
Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.
