Foto: Divulgação / Money 20/20
Foto: Divulgação / Money 20/20

O primeiro dia do Money20/20 em Las Vegas, EUA, realizado no domingo (26), começou com força total e trouxe ao palco do ecossistema de pagamentos, fintech e serviços financeiros uma mistura de entusiasmo e urgência.

Temas centrais como a integração prática da inteligência artificial, os desafios de infraestrutura e a prevenção de fraudes dominaram as discussões antes de a noite encerrar com a primeira cerimônia de premiação do evento, que conta com a presença da Let’s Money por meio de seu fundador, Gabriel Pereira.

Inteligência artificial em pauta na Money 20/20

A IA foi um dos destaques e foi abordada com franqueza por executivos de várias vertentes do setor. Para Mandy DeFilippo, CEO da Standard Chartered para os EUA e Américas, o grande potencial da IA está nos mercados em desenvolvimento.

“Por mais que estejamos entusiasmados com as oportunidades da IA aqui nos EUA, a oportunidade que a IA oferece em mercados em desenvolvimento pode ser ainda mais transformadora. No entanto, uma barreira significativa à adoção são os diferentes padrões regulatórios de dados para diferentes países e a usabilidade desses dados.”

Plateia lotada para a Money 20/20 | Foto: Divulgação

Já Joanne Hannaford, Diretora de Informação e Produtos da Deutsche Bank, trouxe uma camada humana à discussão. De acordo com ela, os funcionários do banco não se preocupam com a possibilidade de a IA substituir seus empregos.

“Eles [funcionários] querem descobrir como usá‑la para poderem chegar em casa em um horário razoável. A maior preocupação é como saber se podemos confiar nela. Treinar IA exige bastante tempo pessoal, e essa vontade nem sempre está presente.”

Ainda no tema IA, Greg Ulrich, Diretor de IA e Dados da Mastercard, fez o elo entre adoção e comunidade. Segundo ele, aqueles que se tornaram mais criativos com a IA e tiveram melhor treinamento observaram uma espiral positiva de eficácia.

“Depois que você se apega à tecnologia, encontra o próximo caso de uso, compartilha com sua comunidade e as pessoas começam a usá‑la. Quanto mais nos dedicamos ao treinamento e ao envolvimento da comunidade, mais aumenta a adoção. O problema é que as pessoas não sabem como usá‑la ao máximo ou incorporá‑la em seus fluxos de trabalho.”

Infraestrutura, blockchain e colaboração

A sessão sobre infraestrutura e blockchain teve destaque por conta da fala de Kash Razzaghi, Diretor Comercial da Circle.

“Estamos chegando ao ponto da adoção em larga escala do blockchain, com grandes instituições como Stripe e Circle construindo suas próprias cadeias. Embora o desenvolvimento institucional impulsione uma adoção mais ampla, o verdadeiro desbloqueio está na experiência do consumidor e na abstração das complexidades que muitos usuários ainda enfrentam.”

A infraestrutura de pagamentos, integração de sistemas e operações antifraude foram outras áreas vividamente exploradas. Houve consenso de que, sem bases sólidas, tanto tecnológicas quanto regulatórias, as promessas de inovação ficam vulneráveis.

Próximos passos e expectativas para os próximos dias

O domingo terminou com o Sunday Night Live Awards, a primeira cerimônia de premiação oficial do Money20/20. O evento celebrou as iniciativas mais impactantes no ecossistema global de fintechs e serviços financeiros.

Foto: Divulgação / Money 20/20

Com a agenda iniciada, os participantes aguardam com ansiedade o desenrolar dos próximos dias. Nesta segunda‑feira (27), está prevista a revelação oficial dos vencedores nas categorias startups, bancos, pagamentos e alianças estratégicas, o que promete movimentar redes de networking e gerar buzz adicional.

O evento segue até 29 de outubro, com uma imersão contínua em temas como “meios de pagamento”, “tecnologia disruptiva”, “regulação” e “inclusão financeira”.

Se o primeiro dia é qualquer indicativo, a edição de 2025 do Money20/20 reafirma que o futuro do dinheiro passa por três eixos principais: inteligência, infraestrutura e colaboração em escala global.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.