Foto: Reprodução
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A temporada de resultados de 2025 deixou uma mensagem clara: os neobancos deixaram de ser apps simpáticos com cartão colorido e viraram instituições financeiras completas, com licenças, depósitos, linhas de crédito, serviços de assinatura e teses de retenção sustentadas por dados e recorrência.

O motivo? O modelo antigo não fecha a conta. A dependência de taxas de intercâmbio e serviços gratuitos perdeu tração diante do custo de aquisição, da pressão regulatória e da necessidade de margem. O futuro, agora, é escalar como plataforma.

De fintech ágil para banco full stack

A Klarna foi um dos nomes que melhor simbolizaram essa virada. Com forte presença nos EUA, o neobanco sueco ampliou suas fontes de receita com cartão próprio, crédito justo, assinatura, comparador de preços e dados transacionais em nível de SKU, um ativo valioso na disputa pela inteligência de consumo.

Nos EUA, o SoFi adotou outro caminho: comprou um banco, passou a operar com captação e crédito direto e hoje usa depósitos para financiar sua expansão. Já o LendingClub seguiu estratégia parecida com a aquisição do Radius Bank, que garantiu estrutura regulatória completa e menos dependência de terceiros.

Plataforma, não apenas app

O padrão é claro: pagamentos seguem sendo a porta de entrada. Mas o valor real está no que vem depois, conta corrente, investimentos, empréstimos e serviços para merchants. O modelo “freemium com cashback” deu lugar a uma lógica de retenção bancária clássica: saldo, crédito e recorrência.

Os neobancos que sobreviveram aos últimos ciclos entenderam que escalar não basta. É preciso margem, licença e estratégia de produto integrada. O hype passou. O que sobra agora são bancos digitais no modelo e no balanço.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.