
Confiança é boa, mas pode enganar. Um novo estudo da “PYMNTS Intelligence” revela que 82% das PMEs nos Estados Unidos acreditam que sobreviverão pelos próximos dois anos. O índice é o mais alto desde 2022. Mas por trás dessa confiança crescente, há sinais claros de alerta: pressão de custos, fluxo de caixa fraco e dificuldade de contratação continuam comprometendo a saúde real desses negócios.
A pesquisa, feita com 513 empresas em junho, mostra que o otimismo é puxado especialmente pelas microempresas, que operam com margens mais apertadas e ainda assim demonstraram maior salto de confiança — de 68% para 75% em apenas três meses.
Otimismo em alta, caixa em baixa nas PMEs
O paradoxo está em números como estes: enquanto 54% das empresas dizem estar em situação financeira melhor do que há seis meses, 34% apontam os custos como principal entrave, e 14% consideram esse fator o maior risco à continuidade do negócio. Em especial, atrasos em recebíveis e fluxo de caixa instável são os maiores fantasmas para empresas menores.
Já nas PMEs de médio porte, o gargalo muda: 26% dizem que a falta de mão de obra pode inviabilizar a operação, taxa quatro vezes maior do que entre microempresas.
Demanda ainda puxa, mas não resolve
O principal motor positivo continua sendo a demanda dos clientes. Para 36% das microempresas, esse é o fator mais promissor da equação. Setores como construção e serviços públicos se destacam: tiveram melhora acima da média, com 10 pontos percentuais a mais em percepção de saúde financeira.
A leitura geral é clara: há espaço para crescer, mas o chão ainda é instável. Sem crédito acessível, automação de processos financeiros e soluções de capital de giro, a confiança pode virar autossabotagem involuntária.