Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A disputa por PMEs ganhou um novo critério decisivo: finanças integradas. Segundo levantamento da PYMNTS Intelligence/Worldpay, 65% das pequenas e médias empresas dizem estar prontas para trocar de fornecedor de software caso suas plataformas não ofereçam recursos financeiros embutidos. Em 2024, eram 55%. Agora, 9 em cada 10 classificam serviços financeiros integrados como essenciais para a operação diária.

Na prática, o software deixou de ser apenas ferramenta de eficiência. Para as PMEs, é motor de crescimento, engajamento e decisão. O efeito é mensurável: empresas que adotaram finanças incorporadas relatam ganhos médios de 25% a 50% em vendas. Em pagamentos, a retenção fica explícita: quase metade das PMEs afirma que não trocaria de provedor se as ferramentas de pagamento entregarem a experiência que o cliente espera.

O empréstimo integrado virou diferencial. 37% mudariam para um provedor que ofereça crédito embutido — proporção que salta para 69% entre quem já usou a funcionalidade no último ano. A satisfação acompanha: 72% das micro e pequenas que utilizam empréstimos incorporados dizem estar altamente satisfeitas com seu software; entre quem depende de outras formas de crédito, o índice cai para 57%. O recado: recurso usado vira cola de retenção.

A exigência por inovação é aguda em setores regulados e de margens apertadas. Na saúde, 45% das empresas pedem atualizações frequentes para acompanhar regras e custos. No varejo, finanças integradas destravam omnicanalidade (checkout unificado, conciliação, carteira). Em logística, reduzem atritos em cadeias longas (adiantamentos, pagamentos a motoristas/fornecedores, reconciliação automática).

Estratégia para plataformas

Para provedores de software, finanças integradas deixaram de ser “add-on”: são linha de base para competir. O caminho passa por:

  • Pagamentos nativos com experiência impecável (da captura à reconciliação).
  • Crédito embutido com decisão rápida e risco calibrado por dados transacionais.
  • Conta e cash management no fluxo (split, adiantamento, subcontas).
  • Onboarding e KYC/KYB sem atrito, com governança e auditoria.

Sem isso, cresce a rotatividade; com isso, vem lifetime value maior e take rate defensável. Nas palavras do relatório, as plataformas que prosperam “incorporam finanças de forma tão integrada que o cliente não imagina operar sem elas”.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.