UE veta Big Techs em sistema europeu de dados financeiros

A UE (União Europeia) está prestes a aprovar uma regra que exclui gigantes da tecnologia, como Amazon, Apple, Google e Meta, do sistema de acesso a dados financeiros conhecido como FiDA. O objetivo é garantir que apenas instituições reguladas e provedores financeiros licenciados possam tratar dados bancários e seguradoras para oferecer serviços digitais aos consumidores.

A decisão ocorre em um momento em que os negociadores estão finalizando o texto da regulação, segundo informações do “PYMNTS”. Ela reflete uma vitória para bancos e entidades financeiras que vêm pressionando por proteção contra a competição das Big Techs, citando riscos em privacidade, soberania digital do consumidor e uso indevido de dados.

FiDA barra big techs sob nova perspectiva

FiDA (Financial Data Access) propõe abrir dados de bancos e seguradoras para terceiros autorizados, permitindo inovação em serviços financeiros digitais, como consultoria, gestão de finanças pessoais, análise personalizada, entre outros. Mas as últimas versões do regulamento destacam que empresas classificadas como “gatekeepers” digitais ficarão proibidas de acesso, uma medida que visa evitar que domínios de mercado sejam reforçados por quem já possui escala e controle sobre vastos dados.

O governo da Alemanha desempenha papel importante nesse recuo das Big Techs, defendendo explicitamente o bloqueio como forma de promover competitividade interna, proteger consumidores e fortalecer o ecossistema financeiro europeu. Outros membros do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia compartilham da mesma visão. A expectativa é que o texto final da regulação seja aprovado ainda neste outono europeu.

Para os bancos, isso representa um fôlego para se reinventar e inovar, sem a sombra constante de concorrência desleal. Para as Big Techs, é um alerta de que operar no setor financeiro digital vai exigir mais do que capacidade técnica e vai demandar acesso regulatório e conformidade local.