Foto: Reprodução / LinkedIn
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Nesta semana, a Visa realizou no Reino Unido sua primeira transação recorrente A2A (account-to-account), um modelo que conecta pagamentos diretamente entre contas bancárias, sem precisar de cartão. A operação-piloto foi feita com a fornecedora de energia Utilita e marca um novo capítulo na integração entre open banking e pagamentos programados.

Apesar de os britânicos já usarem Débito Direto há décadas para contas e assinaturas, 60% afirmam estar dispostos a experimentar alternativas, especialmente com mais controle e transparência. A Visa quer ocupar esse espaço antes que fintechs e plataformas nativas de open banking façam isso primeiro, segundo o “Finextra“.

O que muda com o Visa A2A

A transação foi iniciada pela Tink (startup de open banking comprada pela Visa), processada em tempo real pelo Faster Payments do Reino Unido e orquestrada pela nova solução Visa A2A. O sistema inclui mandatos comerciais variáveis (cVRP), com capacidade de definir valores, datas e lógica de pagamento, tudo com proteção de disputas inspirada no modelo tradicional de cartões.

Na prática, o Visa A2A quer combinar a previsibilidade do cartão com a eficiência do open banking e ainda dar liquidação mais rápida e menos taxas para os comerciantes.

Estratégia de longo prazo

O A2A recorrente é uma peça-chave na tentativa da Visa de se manter central no ecossistema financeiro, mesmo com a tendência de desintermediação trazida por APIs e regulações como o PSD2. O movimento mostra como grandes adquirentes estão redesenhando suas ofertas para não perder relevância no fluxo financeiro.

O lançamento no Reino Unido funciona como piloto para expansão global, com foco inicial em contas de consumo, assinaturas digitais e e-commerce de baixo risco. Um campo onde a Visa quer não apenas jogar, mas ditar as regras.

Gabriel Rios

Editor-chefe

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.

Formado em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, também realizou o curso de Jornalismo Econômico do Estadão. Foi editor do BP Money e repórter do Bahia Notícias.