Foto: Reprodução
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Em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, CFOs e gestores de empresas de médio e grande porte enfrentam um dilema estratégico: como transformar suas operações financeiras em alavancas de crescimento e inovação? A resposta pode estar na forma como enxergamos as plataformas financeiras B2B.

Durante anos, o foco esteve em produtos isolados — módulos que resolviam problemas específicos, mas que operavam de forma fragmentada. Hoje, essa abordagem já não é suficiente. A nova fronteira da transformação digital exige uma visão sistêmica, onde o valor não está apenas na funcionalidade, mas na capacidade de gerar conexões, sinergias e inteligência coletiva.

Empresas como a Finnet têm liderado esse movimento. Em vez de oferecer soluções estanques, elas apostam em ecossistemas financeiros integrados. Isso significa pensar em redes de colaboração, parcerias estratégicas e na criação de uma “plataforma de plataformas”, capaz de orquestrar múltiplas soluções em um ambiente fluido e interoperável.

Outros players do mercado também vêm adotando essa abordagem. A SAP, por exemplo, tem investido fortemente em seu ecossistema financeiro por meio do SAP Business Technology Platform, que conecta dados, processos e parceiros em tempo real. A Oracle, com sua suíte de soluções em nuvem, permite que empresas integrem finanças, cadeia de suprimentos e inteligência analítica em um único ambiente.

Essa mudança de paradigma traz benefícios concretos para a gestão financeira. A orquestração de soluções permite maior agilidade na tomada de decisões, redução de fricções operacionais e uma visão mais holística dos dados. Mais do que eficiência, trata-se de gerar impacto sistêmico — aquele que transforma não apenas processos, mas a forma como a empresa se posiciona no mercado.

Além disso, o verdadeiro potencial dos ecossistemas financeiros está na capacidade de integrar toda a cadeia de suprimentos, o supply chain financeiro, e a rede de clientes e fornecedores, bem como instituições financeiras, provedores de serviços e soluções especializadas. Essa conectividade amplia exponencialmente o alcance das plataformas, permitindo que empresas operem em ambientes colaborativos, inteligentes e altamente escaláveis.

Na prática, isso significa que uma plataforma financeira B2B pode conectar diretamente os sistemas de gestão de compras de uma empresa com os ERPs dos seus fornecedores. Por exemplo, ao integrar o módulo de contas a pagar com o sistema bancário e com os dados de crédito dos fornecedores, é possível negociar prazos, antecipar recebíveis ou até mesmo ativar linhas de financiamento com base em dados em tempo real.

Do lado dos clientes, a integração permite que pedidos, faturamento e cobrança sejam sincronizados com os sistemas financeiros, reduzindo erros, acelerando o ciclo de vendas e melhorando a experiência do cliente. Um exemplo prático é o uso de plataformas que conectam distribuidores e varejistas com instituições financeiras para oferecer crédito direto ao consumidor no momento da compra, com análise de risco automatizada.

Já no relacionamento com instituições financeiras e provedores de serviços, o ecossistema permite que empresas acessem múltiplas soluções — como seguros, câmbio, antecipação de recebíveis, conciliação bancária e gestão de risco — de forma integrada e contextualizada. Isso transforma a área financeira em um hub estratégico, capaz de operar com agilidade e inteligência em toda a jornada de valor.

Essa abordagem não apenas melhora a eficiência operacional, mas também cria oportunidades de negócio, fortalece parcerias e posiciona a empresa como parte de uma rede dinâmica e resiliente.

Inteligência Artificial: incremento e disrupção no ecossistema financeiro

A Inteligência Artificial (IA) surge como um catalisador essencial na evolução dos ecossistemas financeiros. Em sua aplicação incremental, a IA já está presente em rotinas como conciliação automática, análise preditiva de fluxo de caixa, detecção de fraudes e otimização de crédito. Esses avanços aumentam a eficiência operacional e reduzem riscos, sem alterar radicalmente a estrutura dos negócios.

No entanto, o verdadeiro salto está no potencial disruptivo e exponencial da IA. Com modelos generativos, agentes autônomos e sistemas de decisão baseados em aprendizado contínuo, as plataformas financeiras podem evoluir para ambientes auto orquestrados, onde decisões são tomadas em tempo real com base em múltiplas variáveis — desde comportamento de mercado até dados contextuais de clientes e fornecedores.

Imagine um ecossistema em que a IA não apenas recomenda ações, mas executa negociações, ajusta contratos, ativa financiamentos e reconfigura fluxos financeiros de forma dinâmica. Essa visão transforma a área financeira em um sistema vivo, adaptável e estrategicamente conectado a toda a cadeia de valor.

Para os líderes financeiros, isso representa uma oportunidade única: deixar de ser apenas gestores de recursos para se tornarem arquitetos de redes inteligentes, capazes de antecipar movimentos, gerar valor e liderar a transformação digital com visão sistêmica e exponencial.

Foto: Abner Garcia / Let's Money
Yoshimiti Matsusaki

CEO da Finnet

Yoshimiti Matsusaki é formado em administração, psicologia e engenharia elétrica pela Universidade de São Paulo. Grande conhecedor do setor tecnológico, possui quase três décadas de experiência no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em 2003, foi o co-fundador da Finnet, desde então já atuou como diretor de produtos e serviços, diretor de marketing e atualmente é CEO da empresa. No decorrer da sua carreira, se especializou em Processos de Negócios, Gerenciamento de Serviços de TI, Aplicativos de Gerenciamento de Rede, Serviços Financeiros e Soluções SaaS.

Yoshimiti Matsusaki é formado em administração, psicologia e engenharia elétrica pela Universidade de São Paulo. Grande conhecedor do setor tecnológico, possui quase três décadas de experiência no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação. Em 2003, foi o co-fundador da Finnet, desde então já atuou como diretor de produtos e serviços, diretor de marketing e atualmente é CEO da empresa. No decorrer da sua carreira, se especializou em Processos de Negócios, Gerenciamento de Serviços de TI, Aplicativos de Gerenciamento de Rede, Serviços Financeiros e Soluções SaaS.