
A PF (Polícia Federal) prendeu em flagrante, na última sexta-feira (12), oito integrantes de uma organização criminosa acusada de ataques hacker contra o sistema financeiro nacional. As prisões, realizadas em São Paulo, foram convertidas em preventivas pela Justiça Federal.
Segundo a PF, o grupo é suspeito de tentar desviar valores do Arranjo de Pagamentos Instantâneo (Pix) em fraudes bancárias sofisticadas. A investigação teve início após uma denúncia da Caixa Econômica Federal, que alertou sobre movimentações suspeitas envolvendo acesso externo ao sistema.
Como a PF chegou aos hackers
A operação contou com uma “ação controlada”, técnica que permite retardar a intervenção policial para reunir mais provas e identificar a cadeia de envolvidos. Os agentes acompanharam a entrega de um notebook com credenciais e acesso remoto à rede de uma agência da Caixa, que seria usado para viabilizar ataques.
O monitoramento levou a uma residência na zona leste de São Paulo, onde os hackers estavam reunidos. No local, foram apreendidos 12 celulares, um notebook e um pendrive. Parte dos suspeitos alegou que participava apenas de uma festa, mas a PF já havia identificado conversas em que os criminosos se gabavam de ter acesso ao chamado “cofre de senhas da Caixa”.
Entre os investigados está um dos responsáveis por introduzir vulnerabilidades no sistema Pix, abrindo caminho para novos ataques. A PF também identificou a participação de doleiros, responsáveis por converter os valores desviados em criptomoedas e enviá-los ao exterior por meio de pequenas fintechs, de acordo com informações do “Infomoney”.
Ataques milionários e conexão com casos anteriores
As autoridades suspeitam que alguns dos presos também tenham ligação com invasões recentes a empresas como Sinqia e C&M, que conectam bancos ao sistema Pix. Estima-se que esses ataques tenham resultado em até R$ 1,5 bilhão desviados.
Em nota, a PF informou que os detidos responderão por organização criminosa e tentativa de furto qualificado por meio eletrônico. As investigações, conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (Deleciber), seguem em andamento sob sigilo.