
“O Open Finance que estamos ajudando a construir não pode ser portal de brechas para deixar os dados do consumidor mais vulneráveis”, declarou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, durante o 21º Seminário de Relação com o Consumidor em Brasília, segundo o “Broadcast“. A assertividade reforça que a governança deve caminhar lado‑a‑lado com a inovação.
O executivo da Febraban foi enfático ao afirmar que o setor financeiro deve atuar para evitar que a ânsia por ofertar melhores condições aos clientes conduza ao uso de atalhos ou armadilhas na gestão de dados.
“Temos de ter muito cuidado com a ânsia (e até a ganância) de alguns agentes de mercados que, sob o pretexto de quererem ofertar melhores condições a clientes de outras instituições, preferem trilhar por atalhos ou armadilhas para acessar dados transacionais sem a garantia de que o consumidor autorizou”, disse.
Além disso, Sidney reforçou que instituições não devem tolerar brechas no sistema: “Nenhuma instituição financeira pode ser tolerante com brechas na entrada ou na permanência de criminosos no setor.” A declaração reforça o papel da Febraban em colaboração com o Banco Central do Brasil (BC) para estruturar o ecossistema com integridade e transparência.
Desafios de implementação do Open Finance
A fala de Sidney evidencia que o Open Finance está em uma fase de passagem: de promessa de dados abertos à exigência de infraestrutura robusta. A governança, a segurança e a conformidade de processos não são mais “extras”, mas requisitos fundamentais.
Para os bancos, fintechs e instituições financeiras, isso significa que aderir às APIs abertas não basta, é preciso gerenciar consentimentos, monitorar acessos, tratar dados sensíveis com cuidado e responder à nova lógica de responsabilidade.
O alerta da Febraban surge num momento em que o setor enfrenta forte pressão para equilibrar a transformação digital e o controle de riscos como fraude, ciberataques e uso indevido de dados. A mensagem é clara: a aceleração da inovação não permite que a proteção do consumidor fique para trás.