Em tempos de inflação sob controle, Drex no forno e Open Finance em expansão, o Banco Central decidiu investir em outro ativo estratégico: a comunicação. A autarquia lançou uma licitação para contratar uma empresa especializada em comunicação institucional pelo valor de R$ 16,8 milhões, com contrato de dois anos, segundo Lauro Jardim, do “O Globo”.

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O objetivo, segundo o edital, é fortalecer a relação com a imprensa, produzir conteúdo multimídia e ajudar o BC a cumprir sua missão principal: manter o poder de compra da moeda. E para isso, diz o próprio documento, é necessário um ingrediente muitas vezes negligenciado na política monetária: credibilidade — construída por meio de “comunicação de qualidade e tempestiva”.
Narrativas que impactam o câmbio
A licitação parte do reconhecimento de que, além de calibrar juros e regular o sistema financeiro, o BC também precisa alinhar discursos. Especialmente quando está à frente de projetos com alto impacto público, como o Pix (já massificado), o Drex (em desenvolvimento) e o Open Finance (ainda engatinhando para o consumidor).
A aposta é simples e ambiciosa: comunicar bem para coordenar expectativas — não só entre investidores, mas também entre milhões de brasileiros que lidam diariamente com os produtos e decisões da instituição.
O BC fala, o mercado escuta
Não é a primeira vez que o Banco Central investe em imagem pública. Mas o tom do edital atual é mais direto: a comunicação institucional passa a ser vista como uma extensão da política monetária. Se a mensagem falha, o efeito colateral pode ser ruído no mercado — ou desconfiança social.
O Banco Central cuida do Pix, do Drex, da inflação e agora da própria narrativa. Porque num país de juros voláteis e memes financeiros, até a autoridade monetária precisa cuidar da sua marca.