Em meio à crescente movimentação política e regulatória em torno das stablecoins nos Estados Unidos, uma startup brasileira saiu na frente e chamou atenção global. A BlindPay, criada no ano passado por quatro brasileiros, acaba de levantar US$ 3,3 milhões para expandir sua infraestrutura de pagamentos internacionais baseada em stablecoins, tendo entre os investidores ninguém menos que Jawed Karim, cofundador do YouTube.

Foto: Divulgação

A rodada, do tipo semente, também contou com nomes de peso como a corretora cripto Bitso e os fundos 468 Capital, Transpose Platform e Acacia Venture. Parte do cheque veio da própria YCombinator, a lendária aceleradora do Vale do Silício, por onde a BlindPay passou neste ano.

De infra global à febre regulatória

A BlindPay foi criada com a proposta de ser uma alternativa aos sistemas tradicionais de remessas internacionais, que exigem uma série de intermediários e custam caro — em tempo e dinheiro. A empresa oferece uma API white label para que fintechs, bancos e outras empresas possam realizar transferências internacionais via stablecoins (como USDC e USDT), sem precisar construir essa infraestrutura do zero.

Com isso, a startup se posiciona como infraestrutura de base e não como serviço direto ao consumidor. “Os usuários finais, muitas vezes, nem sabem que a tecnologia é nossa”, diz Bernardo Simonassi, CEO que cofundou a BlindPay ao lado de Gabriel Lyra, João Borges e Gustavo Marinho, ao “O Globo”.

A proposta chega em um momento de efervescência, já que Donald Trump declarou apoio às stablecoins e os EUA aprovaram recentemente sua primeira legislação federal sobre o tema, o que acendeu ainda mais o interesse de investidores e players institucionais.

Do Brasil para o mundo (e de volta)

A startup foi incubada durante três meses na YCombinator, onde apresentou sua solução no tradicional Demo Day. De lá pra cá, saiu com o carimbo de empresa global e já começou a colher frutos: processou US$ 125 milhões em transferências só em 2025, sendo US$ 46 milhões em julho. A meta agora é alcançar US$ 100 milhões por mês até o fim do ano.

Com mais de 60 clientes na América Latina, a BlindPay também mira bancos brasileiros como parte da estratégia. Segundo os fundadores, estão em conversas com instituições no Brasil para habilitar contas globais com stablecoins, o que poderia redesenhar o mapa das remessas e dos pagamentos transfronteiriços no país.

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