O Brasil superou pela primeira vez a marca de 200 bilhões de transações bancárias em um único ano, com o mobile banking liderando o crescimento do setor. É o que mostra o 2º Volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025 (ano-base 2024), apresentada nesta quarta-feira (11) no Febraban Tech 2025, em São Paulo.

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Ao todo, os brasileiros realizaram 208,2 bilhões de transações no ano passado, o que representa uma alta de 8% em relação a 2023. Desse total, 82% foram realizadas por canais digitais, com o celular responsável por 75% das operações — uma alta de 15% no mobile banking.

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“Ultrapassamos pela primeira vez a casa dos 200 bilhões de transações. Olhando de 2020 para cá, nós dobramos esse número. O grande fator de crescimento continua sendo o mobile. Temos uma concentração cada vez maior nesse canal por parte dos nossos clientes”, afirmou Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela pesquisa.

Segundo ele, os canais digitais vêm ampliando sua participação ano após ano, enquanto os canais físicos, como agências e caixas eletrônicos seguem em trajetória de queda.

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O Pix, principal propulsor das transações digitais, cresceu 41% no mobile, somando quase 25 bilhões de operações via smartphones. Hoje, os brasileiros realizam, em média, 55 transações por mês por conta no canal mobile. Entre essas, 92% são feitas por pessoas físicas.

A pesquisa também destaca o crescimento do número de heavy users: 78% dos clientes ativos fazem mais de 80% de suas transações pelo app bancário.

“Os celulares vêm transformando a maneira como interagimos com nosso banco e as transações feitas pelo mobile banking crescem vertiginosamente ano a ano. Fatores como praticidade, conveniência somadas com a segurança das operações, que contam com criptografia avançada e autenticação biométrica, ajudam a explicar este sucesso. A facilidade proporcionada pelo mobile banking ajuda também a impulsionar a inclusão financeira no país já que temos nosso banco conosco 24 horas por dia, 7 dias por semana”, avaliou Rodrigo Mulinari.

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De acordo com a pesquisa, as transações realizadas em canais físicos – como agências bancárias, caixas eletrônicos, correspondentes e contact centers – seguem em trajetória de queda, representando 5% do total. Nas agências bancárias, foram feitas 3,6 bilhões de transações, uma redução de 14% frente ao ano anterior.

Apesar da queda no volume, esses canais continuam sendo relevantes para operações mais complexas e consultivas, como contratação de crédito, renegociação e planejamento financeiro, demonstrando uma reconfiguração do papel das agências na jornada dos clientes.

“Os resultados, cada vez mais mostram uma mudança estrutural no comportamento dos clientes, reflexo também do maciço investimento dos bancos em tecnologia, que neste ano devem investir em TI R$ 47,8 bilhões, como mostramos no primeiro volume da pesquisa”, analisou Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia Bancária e Segurança Cibernética.

Open Finance, seguros digitais e marketplaces avançam

O levantamento também mostra o avanço da digitalização da jornada bancária em outras frentes. No Open Finance, aumentou o número de consentimentos para transmissão de dados, com clientes buscando centralizar suas informações financeiras em instituições que ofereçam mais funcionalidades e melhor experiência digital.

Esse comportamento acompanha a evolução dos agregadores financeiros, que passaram a estar presentes em 50% dos bancos — avanço de 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

“O cliente está cada vez mais disposto a concentrar suas informações onde encontra maior valor e isso depende diretamente da experiência digital. Os bancos têm a oportunidade de se consolidar como hubs financeiros”, avaliou Sérgio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a Indústria de Serviços Financeiros.

Outros destaques da pesquisa:

  • 69% dos bancos oferecem seguros via mobile, e 23% já atuam por apps de mensagem

  • O número de cotações e simulações de seguros cresceu 41%, passando de 18,1 milhões para 25,5 milhões

  • 58% das instituições já contam com plataformas de marketplace para integrar serviços e oferecer mais segurança nas transações

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