O BRICS está acelerando a criação do BRICS Pay, um sistema de pagamentos apelidado de “Pix Global”, que promete transferências instantâneas, seguras e de baixo custo entre os países-membros do bloco.

Foto: Divulgação / BRICS Brasil

A iniciativa não é uma moeda única, mas sim uma rede que integra tecnologias como blockchain, QR codes, carteiras digitais e os sistemas nacionais de pagamentos, como Pix (Brasil), UPI (Índia), SBP (Rússia), IBPS (China) e PayShap (África do Sul).

O BRICS Pay foi destaque na 16ª Cúpula do bloco, realizada em outubro de 2024, como parte da agenda de maior integração econômica e financeira entre os países.

No Brasil, especialistas avaliam que a plataforma pode baratear exportações, reduzir perdas cambiais e ampliar a competitividade de setores como agronegócio, mineração e energia.

Tensão com os EUA

O projeto já gera atritos diplomáticos. O presidente Donald Trump classificou o BRICS como “grupo antiamericano” e anunciou tarifas de 10% sobre importações de países alinhados ao bloco. Além disso, abriu uma investigação contra o Pix, acusando-o de discriminar empresas norte-americanas.

O sistema utiliza o Decentralized Cross-border Messaging System (DCMS), desenvolvido na Rússia, com capacidade para processar até 20 mil mensagens por segundo. Diferentemente do SWIFT, o BRICS Pay opera de forma descentralizada, sem um controlador central.

O papel do Brasil

Com o Pix já consolidado como um dos sistemas de pagamentos mais avançados do mundo, o Brasil é visto como peça-chave para a interoperabilidade entre os arranjos nacionais. O país assume a presidência rotativa do BRICS em 2026 e deve liderar os esforços de integração.

“O BRICS Pay pode abrir novos mercados e reduzir barreiras técnicas e cambiais para exportadores brasileiros”, avalia Marco Aurélio dos Santos Sanfins, professor da UFF, segundo o ICL Notícias.

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