A Aspiration, fintech norte-americana que ganhou fama por seu discurso de sustentabilidade e atraiu investidores como Leonardo DiCaprio, Robert Downey Jr. e Orlando Bloom, agora está no centro de um dos maiores escândalos do setor. Seu cofundador, Joseph Sanberg, concordou em se declarar culpado de duas acusações de fraude eletrônica em um esquema que movimentou US$ 248 milhões.

Foto: Reprodução / YouTube

Preso em março, Sanberg é acusado de inflar receitas da Aspiration com pagamentos oriundos de empresas que ele próprio controlava, criando a ilusão de crescimento acelerado. Além disso, teria forjado uma carta do comitê de auditoria da startup afirmando que a empresa possuía US$ 250 milhões em caixa — quando, na realidade, tinha menos de US$ 1 milhão.

De “capitalismo verde” a caso de polícia

A fraude foi usada para atrair investidores e levantar empréstimos bilionários, incluindo US$ 145 milhões obtidos ao penhorar suas próprias ações da Aspiration. O esquema teria contado com apoio de um conselheiro da fintech, Ibrahim Al-Husseini, que também inflou artificialmente seus ativos para garantir crédito.

Segundo o Ministério Público dos EUA, as vítimas amargaram perdas superiores a US$ 248 milhões. Sanberg ainda buscava captar recursos até este ano, mesmo com os números adulterados.

Um contraste amargo

A Aspiration nasceu com a promessa de ser a fintech do “capitalismo consciente”, com serviços atrelados a compromissos ambientais como o plantio de árvores. Por alguns anos, surfou na onda ESG, conquistando visibilidade no mercado e um portfólio de investidores de Hollywood.

Agora, o caso ilustra um risco conhecido: quando narrativa e marketing correm mais rápido que governança e transparência.

A ironia é inevitável: a fintech que prometia salvar o planeta pode acabar lembrada como mais um capítulo tóxico na história das fraudes bilionárias de Wall Street.

Com informações do “Tech Crunch”.

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