Os Correios suspenderam na terça-feira (2) o contrato de R$ 56,8 milhões com a fintech Berlin Finance — anteriormente conhecida como BK Bank — após a empresa ser alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal. A investigação aponta que a instituição teria funcionado como um “banco paralelo” do Primeiro Comando da Capital (PCC), movimentando R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024 em transações suspeitas.
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Segundo a Receita, parte relevante desse volume foi usada para dar aparência de legalidade a recursos ilícitos do crime organizado, em especial no financiamento de atividades ligadas ao tráfico. A fintech havia sido contratada para processar pagamentos de cartão nos serviços oferecidos pela estatal. As informações são da “Revista Oeste”.
Pagamentos suspensos e medidas emergenciais
A estatal informou que desde quinta-feira (28) os pagamentos com cartão estão suspensos em todas as agências, justamente por conta da investigação. Em nota, os Correios afirmaram ter iniciado um processo administrativo para formalizar o rompimento do contrato e restabelecer o serviço de pagamentos o mais rápido possível.
A decisão expõe a fragilidade de parte da rede de prestadores de serviços financeiros no Brasil. O contrato, firmado em 2022, previa a utilização da Berlin Finance como parceira na infraestrutura de recebimentos via cartão de crédito e débito.
Efeitos e próximos passos
O episódio reacende o debate sobre os mecanismos de prevenção à lavagem de dinheiro e a necessidade de maior rigor regulatório na contratação de fintechs por empresas públicas. Especialistas ouvidos pela imprensa avaliam que, apesar da rápida suspensão, o caso mostra como brechas no sistema podem ser exploradas por organizações criminosas.
Enquanto a Berlin Finance ainda não se pronunciou oficialmente, a Polícia Federal segue investigando a extensão das operações e a possível participação de dirigentes da empresa. Os Correios afirmaram que vão colaborar integralmente com as autoridades.
