De uns anos para cá, se tem uma coisa que se simplificou no Brasil foram as formas de pagamento, sejam aquelas feitas com o celular ou com o cartão. No entanto, poucas pessoas imaginam o que acontece por trás desse processo. Alexandre Goes, Diretor-Geral da Ren Payments (plataforma da Euronet), foi entrevistado pelo podcast da Let’s Money e em sua fala abordou a evolução das infraestruturas de pagamentos. Para o executivo, a principal melhoria da indústria diz respeito à segurança.

Foto: Let’s Money
“O avanço mais importante está na parte de segurança. As pessoas são criativas, especialmente o brasileiro, então a indústria precisou correr para garantir transações mais confiáveis”
E entre tantos mercados globais em que a Euronet atua, como o europeu, o asiático, e o norte americano, o Brasil se destaca pela inovação e agilidade no setor de pagamentos. Segundo análise do entrevistado, há hoje um grande interesse internacional pelo modelo brasileiro, inclusive nos países mais desenvolvidos.
E o Brasil tem se destacado nesse cenário internacional de praticidade como um dos mercados mais avançados do mundo, segundo o entrevistado, mas, nem sempre foi assim. Quando Alexandre começou sua trajetória profissional com a tecnologia, há duas décadas, o país ainda vivia um processo de digitalização dos meios de pagamento (nesta época, as transações com cartão de crédito exigiam livros de consulta e equipamentos manuais), contudo, com o tempo, as coisas foram mudando.
“Eu ia fazer compras e as pessoas ainda tinham livros enormes para verificar se o cartão podia ser aceito. Se estivesse tudo certo, passava no Rex Rex, o mata pulga [...] Foi uma época de aprendizado intenso. Hoje temos diversos provedores ao redor do mundo. Aqui no Brasil também temos excelentes empresas prestadoras de serviços”
Desde então, a transformação do setor foi notória. Os sistemas foram digitalizados, as redes se modernizaram, e o surgimento de novas tecnologias como o NFC (pagamento por aproximação) mudaram completamente a experiência do consumidor, além da estrutura de bastidores que sustenta esse ecossistema.
Entretanto, é importante ressaltar que, apesar das novas tecnologias, a base técnica dos pagamentos segue a mesma. A transação ainda passa por captura, processamento e autorização, mesmo que atualmente tudo aconteça em frações de segundo e muitas vezes atravesse continentes.
“Essa transação sobe, bate num switch autorizado, verifica se há crédito, e volta. Tudo naquela velocidade que a gente está acostumado […] E muitas vezes essa transação vai pra fora do Brasil, vai para outros lugares, mas como nós da nossa tecnologia permite, a gente consegue”
A Euronet na modernização global
Com uma relevante presença internacional, a Euronet, fundada em 1994 e uma das principais empresas globais de tecnologia para o setor financeiro, oferece soluções que conectam instituições empresas e consumidores, o que facilita pagamentos cross-border, emissão de cartões, saques, recargas e uma série de outros serviços essenciais para o funcionamento da economia digital.
Conforme avaliou o consultor, a tendência é que as transações continuem ficando cada vez mais invisíveis aos olhos do consumidor, contudo, cada vez mais seguras e eficientes. Ainda que as empresas estejam diante de um cenário de fato acelerado e competitivo, quem ainda está começando na área tem razões para continuar otimista, segundo sua avaliação.
“Eu acho que a gente tem observado — e eu sempre vou falar “a gente” porque, obviamente, uso o time, o nosso time aqui — duas tendências. Uma delas está muito forte, que é a parte de segurança. Com o crescimento dessas tecnologias de real time, tudo precisa ser mais seguro para poder acompanhar e garantir segurança tanto para quem está enviando quanto para quem está recebendo. Então, vejo que isso tem recebido muitos investimentos, tanto fora quanto dentro do Brasil”