A gestora norte-americana de venture capital FinTech Collective, especializada em fintechs, está intensificando sua presença no Brasil e aposta que a próxima startup latino-americana a atingir o ritmo de crescimento do Nubank será “AI native” — ou seja, nascida com inteligência artificial no núcleo de sua operação.

Carlos Alonso Torras, partner na FinTech Collective | Foto: Canva

Fundada em 2012, a FinTech Collective entrou na América Latina em 2018, inicialmente no México. No Brasil, seu primeiro investimento liderado aconteceu em 2023: a Tivita, fintech voltada para clínicas e consultórios médicos, que levantou R$ 32 milhões em rodada seed.

O fundo é conhecido por seus cheques robustos, que variam entre US$ 3 milhões e US$ 10 milhões para rodadas seed e série A, com foco em manter participação relevante e assentos em conselhos.

Para Carlos Alonso Torras, partner na fintech, a inteligência artificial pode redefinir a escala das fintechs latino-americanas: “A próxima empresa que vai crescer no ritmo do Nubank será AI native. Com a chegada da IA, a facilidade de expandir para outros mercados vai aumentar e talvez até mesmo empoderar ainda mais as startups latino-americanas”, afirmou em entrevista ao “Startups”.

O executivo conta que, recentemente, o fundo deixou de investir em uma startup brasileira porque ela poderia competir diretamente com uma investida na França, algo impensável há três anos. “Isso mostra que já existe capacidade de competir globalmente a partir daqui”, afirma.

Foco em B2B e fintechs de nicho

Embora a visão sobre IA seja otimista, o FinTech Collective não está à procura de um novo “Nubank” no sentido tradicional. Com foco em modelos B2B e B2B2C, a gestora enxerga oportunidades em segmentos específicos, como saúde, logística e outros mercados que ainda apresentam ineficiências.

Atualmente, a maior parte do capital do fundo está alocada fora do Brasil, mas a expectativa é reverter essa proporção. “O mais lógico seria aumentar no Brasil, que é a maior economia da região e um mercado melhor para startups, com mais recursos”, aponta Carlos.

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