Creators, artistas e produtoras de conteúdo costumam esperar meses para receber pagamentos de campanhas, shows e projetos. A DUX, fintech fundada em Juiz de Fora, decidiu atacar esse gargalo: nos últimos quatro meses, já antecipou R$ 15 milhões em recebíveis para o setor — e enxerga uma demanda reprimida de pelo menos R$ 1 bilhão no mercado.

Foto: Divulgação
A operação combina tecnologia e regulação. A fintech usa inteligência artificial para análise de risco, estrutura supervisionada pelo Banco Central e validação humana para liberar crédito. Resultado: inadimplência de apenas 0,1%. O modelo chamou a atenção da Fenasbac, que acelerou a startup pelo programa NEXT.
Do Web3 ao fluxo de caixa criativo
A DUX nasceu desenvolvendo comunidades digitais em Web3, mas logo percebeu que o problema central da economia criativa não estava no hype, e sim no fluxo de caixa. Campanhas publicitárias, clipes musicais, eventos e ativações de marca demoram a pagar — e os criadores, muitas vezes, ficam sem liquidez para produzir o próximo trabalho.
Hoje, a fintech atua em todo o Brasil, com mais de 90 parceiros e 10 mil profissionais conectados. Influenciadores, agências, coletivos e músicos encontram na plataforma um atalho para manter a operação rodando sem depender de prazos longos ou crédito tradicional.
O próximo passo: virar banco
Segundo o CEO Luiz Octávio Gonçalves Neto, a ideia é expandir além da antecipação de recebíveis e se tornar, de fato, o banco da economia criativa. “Estamos a poucos passos de consolidar um banco digital focado nesse setor, conectando liquidez, dados e inteligência para quem vive da criatividade”, afirma.
Enquanto os grandes bancos seguem focados em crédito corporativo e consumo massificado, a DUX aposta em um nicho bilionário e pouco explorado: financiar a criatividade.