Criado em 2014, o Jeitto nasceu com uma tese ousada: oferecer crédito de R$ 50 a R$ 1.200 para classes C e D — muitas vezes sem comprovação de renda e até para clientes negativados. O dinheiro cai na conta em três minutos, com prazo de até 40 dias para pagar. O que parecia insustentável virou modelo de negócios em expansão.

Foto: Claudio Gatti / Divulgação
Hoje, a fintech soma 11 milhões de clientes, R$ 3 bilhões em crédito liberado e faturamento de R$ 770 milhões em 2024, alta de 82% frente a 2023. O detalhe mais relevante: 35% de seus usuários tiveram no app o primeiro crédito da vida, um indicador de impacto direto em bancarização.
Dados como diferencial
O segredo está no motor de risco. Durante cinco anos, a fintech investiu pesado no desenvolvimento de tecnologia própria, operando apenas com cientistas de dados e nenhum produto no mercado. O resultado é um sistema que cruza até 800 variáveis para decidir se aprova ou não um empréstimo. Segundo a empresa, a taxa de aprovação é três vezes maior que a média do mercado, sem comprometer a rentabilidade.
A estratégia deu certo: a inadimplência, embora não divulgada, é considerada “sob controle e com margem positiva”.
De mercados instáveis ao Brasil
O fundador, José Fernando Dias da Silva, tem experiência internacional em crédito de alto risco: já liderou operações populares na Rússia, Ucrânia, Nigéria e outros mercados emergentes. Aos 60 anos, enxerga nas classes C e D brasileiras o espaço perfeito para crescer em escala. “Onde muitos veem um osso duro, eu vejo um filé-mignon”, resume.
O Jeitto mostra como tecnologia e dados podem virar inclusão financeira em escala — e como o mercado que os bancos tradicionais evitam pode, na verdade, ser o mais lucrativo.
Com informações da “Veja”.