O setor de fintechs na Europa está entrando em uma nova fase: a era das startups chegará em outro nível e deverá surgir uma  nova onda de fusões e aquisições, prevista para ocorrer nos próximos dois a três anos. É isso o que analisa Victor Basta, sócio-gerente do banco de investimento Artis Partners.

Foto: reprodução / Freepik

Existe hoje um número crescente de fintechs de médio porte que já alcançaram a lucratividade e tornaram-se estrategicamente relevantes no continente europeu, aponta Basta.

“Essas empresas são grandes o suficiente para garantir saídas de alto valor, mas já não se encaixam mais no perfil de IPO [...] Com quase uma década de apoio dos investidores, estimamos que até um terço dessas fintechs seja adquirido com sucesso nos próximos três anos

- Victor Basta, sócio-gerente da Artis Partners

O gerente aponta que essa movimentação provocará uma reconfiguração significativa do setor, com a formação de um ecossistema mais concentrado, liderado por plataformas maiores, sejam grupos estratégicos globais ou empresas independentes.

Diferentemente das startups em estágio inicial que ainda buscam escala, as empresas mais visadas nesta nova fase de consolidação são as chamadas “camada intermediária”: fintechs com taxas de crescimento entre 20% e 50%, e que já atingiram a lucratividade ou estão próximas disso, graças a cortes de custos e restrições de financiamento.

“Essas empresas enfrentam concorrência intensa de fintechs maiores e instituições financeiras tradicionais. Além disso, o capital está mais escasso, com grande parte dos investimentos sendo direcionados a startups focadas em inteligência artificial”

- Victor Basta, sócio-gerente da Artis Partners

Essa dificuldade em captar rodadas maiores, segundo o analista, faz com que muitas fintechs enxerguem nas fusões e aquisições não apenas uma saída financeira, mas uma estratégia de crescimento sustentável e de longo prazo.

“Estamos vendo isso acontecer ao vivo nos segmentos de pagamentos, trading e regtech [...] Essas saídas serão fundamentais para medir o sucesso da próxima geração de fundos na Europa”, conclui.

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