Por meio da transformação digital surgem possibilidades de inovação em diferentes frentes. Esse foi um dos temas debatidos pelas fundadoras da Aarin e da PilotIn, fintechs brasileiras, no podcast “AWS Talk Show”, que mostraram como é possível transformar as finanças através da tecnologia.
A baiana de Salvador, Ticiana Amorim, fundou sua empresa – a Aarin, que significa “centro”, em iorubá – em 2020, no auge da pandemia. O sucesso veio rápido, já que a Bradesco comprou a startup apenas dois anos depois. Em sua fala, a CEO da empresa fez questão de lembrar como o desenvolvimento tecnológico é fundamental para a ampliação dos serviços financeiros.
“Lá do Nordeste você entende o que é estar à margem do sistema financeiro. O PIX, por exemplo, deu ao vendedor de coco o poder de receber via celular e sacar na lotérica. Isso é revolução”, avaliou.
Em uma leitura com abrangência histórica, Ingrid Barth (Pilotln), reforçou como a evolução digital transformou a lógica do mercado, inclusive o financeiro: “Na Revolução Industrial, você criava um produto e convencia as pessoas a usarem. A tecnologia inverteu isso. Hoje você escuta o cliente e desenvolve a solução com ele no centro”, completou.
Desafios
Ingrid pontuou como na prática empreender em sua área, mesmo com boas ideias (sua fintech busca gerar insights personalizados a fim de auxiliar os eventuais na tomada de decisões e na gestão de crédito), permanece desafiador, afinal de contas, ainda assim é preciso lidar com a pressão para rápida escalada e capital de investimento.
“Você tem que provar que o modelo funciona mesmo sem ter tempo ou evidência suficiente. Isso exige muita resiliência”, revelou. O que conversa com o rápido resumo que Ticiana havia feito pouco antes: “Empreender é convencimento em série: de sócio, funcionário, investidor e cliente”.
Em alusão ao fato de serem mulheres no cenário de empreendedorismo, em um país onde somente 33% dos cargos de alta liderança em fintechs no Brasil são ocupados por executivas, segundo estudo feito pela Fesa Group, em 2024, Ticiana faz reflexão com a maternidade.
“O papel do fundador é exaustivo. A empresa é um filho, e você precisa escolher quais pratos vai deixar cair sem se esquecer de cuidar do seu CPF”, concluiu.
